Guardas do Palácio Real de Jaipur, Jaipur Royal City Palace
Ásia, Índia, Roteiros

3 dias em Jaipur: a encantadora Cidade Rosa, capital do Rajastão

Jaipur é a capital e maior cidade do estado do Rajastão, por esse motivo ela é a porta de entrada para os turistas que querem visitar esse fascinante estado da Índia. Jaipur tem o apelido Pink City (Cidade Rosa) pois rosa é a cor da hospitalidade para os rajputs e essa cor predomina em muitos dos edifícios do centro da cidade.

Mas para além disso, Jaipur é um lugar cheio de história, tradições, uma rica herança cultural e com algumas das construções mais majestosas de toda Índia. Nesse post eu compartilho o meu roteiro de 3 dias em Jaipur mas já deixando claro que eu certamente teria ficado bem mais.

Hawa Mahal em Jaipur, India
Jaipur, Índia.

Quando cheguei de trem em Jaipur eu já estava há mais de 10 dias viajando pela Índia. Por mais absurdo que isso possa parecer, eu já me achava uma local. Tá, eu sei que não é pra tanto. Mas o que eu quero dizer é que o meu ‘eu turista’ já estava bem mais confiante em explorar as cidades caóticas da Índia.

Jaipur é uma das cidades que compõem o famoso Triângulo Dourado (Golden Triangle) da Índia. Esse triângulo é formado por Delhi, a capital da Índia; pela cidade de Agra, onde majestoso Taj Mahal; e a cidade rosa de Jaipur, a capital do estado do Rajastão. Esse é um roteiro básico e o mais comum dos turistas que visitam a Índia, principalmente se estão indo pela primeira vez ou se estão indo com poucos dias.

A primeira lembrança que eu tenho de ter ouvido alguma coisa sobre estado do Rajastão, foi em uma conversa que tive com o casal de Alagoas que conheci quando estava mochilando em Moalboal nas Filipinas. Em uma deliciosa noite de calor e brisa fresca saímos para jantar com o casal e ficamos a noite inteira batendo papo, ouvindo sobre as aventuras do mochilão deles. Sem dúvida, as que mais me prenderam a atenção foram suas histórias da Índia. Teve uma hora que eles comentaram: “Isso aconteceu lá no Rajastão, a terra dos marajás.”

Eu nem sabia o que era Rajastão e nunca nem tinha ouvido falar em marajás, mas naquele momento fiquei curiosa para descobrir mais desse lugar tão fascinante de suas histórias. Prometi para mim mesma naquele momento que se um dia eu viajasse para a Índia, com certeza iria conhecer a Terra dos Marajás.

O Rajastão é conhecido como a Terra dos Marajás devido à sua rica história de reinos e monarquias. Durante séculos o Rajastão foi dividido em vários reinos governados por marajás, que eram reis ou príncipes indianos. Esses marajás construíram palácios grandiosos, fortes impressionantes e viveram estilos de vida opulentos, simbolizando poder e riqueza. Hoje essa herança ainda é visível nos magníficos palácios e fortalezas que se tornaram importantes atrações turísticas, perpetuando o título de “Terra dos Marajás”.

Nesse artigo você vai encontrar:
1. Sobre Jaipur
2. Como cheguei em Jaipur?
3. Roteiro » Dia 1
4. Roteiro » Dia 2
5. Roteiro » Dia 3
6. Restaurantes em Jaipur
7. Hospedagem em Jaipur

1. Sobre Jaipur

Localizado no noroeste do país, o Rajastão é o maior estado da Índia. Ele foi criado pela união de 22 estados principescos e pela integração do antigo estado de Ajmer. A Cordilheira Aravalli divide o estado em duas partes. A porção noroeste é quase inteiramente uma vasta extensão de deserto. Por outro lado, a porção sudeste tem um terreno variado de extensas cadeias de colinas, planaltos férteis e florestas densas.

Uma cidade murada cercada por colinas, Jaipur foi fundada em 1727 pelo marajá Sawai Jai Singh para substituir a vizinha Amber (atualmente Amer, uma parte de Jaipur) como a capital do estado principesco de Jaipur (fundado pelos Rajputs no século 12). Por isso que antigamente se chamava Rajputana.

Jaipur é a capital e a maior cidade do estado do Rajastão, como também é um dos principais destinos turísticos na Índia. Com um população de aproximadamente 4 milhões de pessoas, é considerada a 10ª cidade mais populosa do país. A cidade é cercada pelas colinas de Nahargarh ao norte e Jhalana a leste, que fazem parte da cordilheira Aravalli.

Forte Nahargarh em Jaipur - 3 dias em Jaipur
Vista panorâmica do Forte Nahargarh para a cidade de Jaipur.

Em Jaipur a gente encontra 3 Patrimônios Mundiais da UNESCO: a própria cidade de Jaipur, por sua excepcional arquitetura planejada; o forte de Amber, que faz parte de um conjunto de 6 fortes majestosos que refletem a história dos antigos reinos rajputs; e o Jantar Mantar, o observatório astronômico do final do período Mughal mais bem preservado na Índia.

Na pesquisa que fiz sobre Jaipur antes da viagem notei que além de ser uma cidade grande, tem muita coisa pra fazer. Nos meus 3 dias em Jaipur, tentei incluir um pouco de tudo no roteiro: teve patrimônios da UNESCO, monumentos históricos, templos e até um shopping center eu consegui incluir. Programei 3 dias em Jaipur, mas certamente ficaria uns 5 dias ou até mais.

2. Como Cheguei Em Jaipur?

Cheguei em Jaipur depois de uma viagem de 5 horas de trem saindo da estação de Agra. Eu já tinha feito uma viagem de trem anteriormente de Varanasi à Agra, porém tinha sido uma viagem noturna. Já essa viagem de trem de Agra para Jaipur foi durante o dia, então deu pra aproveitar bastante a paisagem. Era exatamente isso que eu queria, estava tão animada para ver a Índia que nem piscava os olhos, fui o caminho inteiro admirando a paisagem e lembrando dos filmes que assisti e dos livros que li sobre a Índia.

Ao chegar na estação central de trem Jaipur Junction, ainda na plataforma fui abordada por diversos motoristas de tuktuk oferecendo seus serviços em inglês. Fui dizendo “Não, obrigada” até chegar à entrada da estação, onde haviam mais dezenas deles. Havia somente eu, o Júnior e mais alguns turistas estrangeiros perdidos na multidão.

Olhei o mapa no celular e o hotel que escolhi para me hospedar estava à uns 2 km de distância da estação. Então decidi negociar com um dos motoristas que estavam ali, assim não perdia muito tempo caminhando até o hotel e ganhava tempo para sair depois na parte da tarde para explorar a cidade.

O motorista do tuktuk nos levou até seu “helicóptero”, era assim que ele chamava seu tuktuk todo decorado com uma plumagem vermelha, muitas luzes e penduricalhos. Era um rapaz jovem, engraçado, falava inglês muito bem e era super conversador. Ele me deu as boas-vindas à Jaipur, me falou um pouco de onde era, perguntou de onde eu vinha, aquele bate-papo normal que eles adoram puxar com os turistas.

Leia também os artigos relacionados:
Taj Mahal e Agra: guia essencial de viagem
Roteiro de 3 dias em Delhi, a capital da Índia
Roteiro de 3 semanas pelo norte da Índia

Ao me deixar na porta do hotel ele pediu 2 minutos para falar um pouco mais dos seus serviços. Me falou que como Jaipur é muito grande era necessário muitos dias para visitá-la por inteiro. Então sugeriu alguns roteiros, disse que poderia vir me buscar a hora que eu quisesse na manhã seguinte e passar o dia todo me levando aos lugares que eu tivesse interesse em conhecer. De início, decidi não fechar nenhum pacote com ele pois ainda nao tinha decidido exatamente o que ia fazer nos dias seguintes.

Notei que é bem comum os motoristas de tuktuk oferecerem esse tipo de serviço aos turistas, pois ao longo da minha estadia em Jaipur fui abordada por muitos outros que me perguntavam se eu já tinha planos para o dia seguinte e mesmo eu falando que já tinha, todos insistiam para que eu anotasse seu número de telefone, pois caso mudasse de ideia era só mandar um WhatsApp e marcar.

Elefante pelas ruas de Jaipur
Elefante decorado pelas ruas de Jaipur.

3. Roteiro Em Jaipur » Dia 1

No primeiro dia em Jaipur decidi fazer alguns dos principais pontos turísticos que se encontram mais afastados, inclusive coincidiu com os que estavam no topo da minha lista. Comecei o dia viajando para a cidade Amer, que agora foi incorporada a Jaipur. Foi um dia com foco principalmente na história e importância da região. Visitei 3 fortes diferentes (sendo um deles um patrimônio da UNESCO), um stepwell histórico e um pitoresco palácio sobre as águas.

Forte de Amber

Situado no topo de uma colina, o Forte de Amber é um dos fortes mais dramáticos do Rajastão. Ele leva esse nome não por sua cor de âmbar mas pela cidade onde se encontra, em Amer ou Amber, à 11 km de Jaipur. De Uber levei uns 20 minutos para chegar, o motorista me deixou em uma entrada em frente ao lago Maota, onde fica um pequeno jardim e uma bela vista para o forte no alto do vilarejo.

O Forte de Amber foi tombado como Patrimônio Mundial da UNESCO em 2013, sendo reconhecido como um exemplo de arquitetura militar Rajput. Ele faz parte de um conjunto de 6 fortes no estado do Rajastão que compõem esse patrimônio da UNESCO, os outros 5 ficam em Chittorgarh; Kumbhalgarh; Sawai Madhopur; Jhalawar; e Jaisalmer.

Da vila de Amber subi caminhando até o alto do forte (em meio a cabras, turistas e pedintes) enquanto vi algumas pessoas subindo de elefante por um outro caminho. A vista vai ficando cada vez mais bonita conforme vamos subimos, daqui dá para ver a cidade de Amber e o jardim Kesar Kyari (Jardim Açafrão) no Lago Maotha.

A subida até o forte é daquelas que você pensa que vai dar conta, mas quando chega lá em cima está arrastando a língua no chão. Durante essa caminhada até a entrada do forte, certamente alguns turistas indianos vão te pedir fotos. Essa é uma ótima oportunidade de não somente ser gentil com eles, pois eles adoram turistas estrangeiros, mas pra você também pedir suas fotos à eles para guardar de recordação.

Com certeza alguns desses momentos ficarão na sua memória, assim como quando eu aceitei tirar fotos com uma família enorme. O pai ficou por conta de bater a foto, mas antes disso ele penteou o cabelo do seu filho pequeno só para que ele saísse arrumadinho na foto comigo. Esse momento encheu meu coração de amor e gratidão. Acho que dá para notar isso se você olhar meu rosto na foto abaixo. 🥰

Foto com família indiana no Forte de Amber
Posando para fotos com uma família indiana muito querida.

Depois da subida de uns 15 minutos da vila de Amber, entrei pela entrada principal onde fica o Suraj Pol (Portão do Sol) e o Jaleb Chowk, pátio principal onde fica a bilheteria. Era nesse pátio que os exércitos desfilavam ao voltarem da guerra.

Passando pela entrada principal chamada Singh Pol (Portão do Leão) cheguei em um dos pátios principais do forte. Nesse momento fiquei emocionada com a beleza do lugar, tanta história envolvida, tantos detalhes. Impossível não ficar admirada com a riqueza daquela época. Acredita que eu tive que me sentar para esperar a emoção passar? É verdade, eu tenho fotos desse momento no meu arquivo pessoal.

Nesse pátio fica o Diwan-i-Am, uma estrutura que servia como uma sala de audiência pública usada pelo marajá Jai Singh I e seus sucessores. As fotos embaixo dos arcos dessa estrutura estampam muitos desses livros guias da cidade. Outra estrutura que chama muita atenção é o portão Ganesh Pol em homenagem ao deus hindu Lord Ganesh que remove todos os obstáculos da vida. Essa é a entrada para os palácios dos marajás.

Continuei explorando o forte sozinha sem ajuda de um guia, eu já havia lido bastante sobre a história de sua construção e de sua importância no passado. Mas confesso que em certo momento senti falta de não ter contratado um guia, pois eles contam outros detalhes que muitas vezes não conseguimos achar em lugar nenhum e geralmente tornam a visita mais interessante.

Cheguei então em um segundo pátio rodeado por belas construções onde bem ao meio há um lindo jardim todo simétrico que chama atenção. Esse jardim, construído no estilo mugal, se encontra em um nível rebaixado e possui um formato hexagonal. No centro do jardim, tem uma fonte linda em formato de estrela. Cada vez que a gente parava para tirar foto, um monte de indianos pediam para tirar fotos com a gente.

De um lado desse jardim fica o Sheesh Mahal (Palácio dos Espelhos), com seus pequeninos mosaicos espelhados cobrindo cada pedaço que vai do rodapé ao teto. Devido ao seu formato convexo, esses espelhos reluziam a luz das velas à medida que alguém passava por seus corredores. Era nesse palácio que ficavam os aposentos privativos do marajá e sua rainha.

Do outro lado desse pátio tem um corredor longo e estreito que vai dar em mais um pátio interno mas dessa vez chegamos ao Palácio Man Singh I que é a parte mais antiga de todo o complexo. As construções dessa parte aqui são bem mais rústicas e simples, mas no passado com certeza eram ricamente decoradas e mobiliadas. Dentro desse palácio há alguns corredores escuros, umas escadarias escuras e claustrofóbicas, e logo ao meio do pátio tem um Baradari (um pequeno pavilhão coberto) que era um local rodeado de cortinas onde as mulheres do palácio podiam se encontrar secretamente, longe dos olhares dos homens.

Eu continuei explorando cada pátio interno, observando cada detalhe e por fim cheguei ao outro lado do Forte de Amber, um lugar bem alto que ao invés de ter uma vista para a entrada onde chegamos vai dar uma vista para os fundos do forte, onde podemos observar as colinas com vista para a cidade de Amber de um lado e do outro, no topo da colina mais alta o Forte Jaigarh. É para lá que vamos agora!

Forte Jaigarh

Logo na saída da lojinha do Forte de Amber, tinha a opção de voltar para a cidade ou de continuar o passeio subindo até o Forte Jaigarh, foi o que eu escolhi fazer. Uma das formas de chegar lá é pegando um túnel que fica quase na saída do Forte de Amber, mas não tem muita informação disponível o negócio é ir perguntando onde fica o túnel para o Forte Jaigarh.

Esse túnel é meio escuro, frio e fedido, mas ele corta um bom caminho e nos permite ter uma noção de como era na época em que esses túneis eram utilizados como rotas de fuga. Eu encontrei alguns guardas pelo caminho que iam me indicando a direção certa, não tinha muito como me perder. Saindo desse túnel passei por um longo e estreito corredor de muros altos.

Ao chegar em um dos portões do forte, ainda no meio do caminho, tinham alguns guardas e um motorista com aqueles carrinhos tipo de golfe que por uma pequena taxa te leva até o topo do morro. Sério, a melhor coisa que eu fiz foi pagar por esse carrinho! Acredita em mim, pois a caminhada é muito íngreme e provavelmente o calor teria dificultado ainda mais.

Construído no ano de 1726, ele é considerado o mais resistente dos 3 fortes da região pois nunca foi conquistado em batalhas, até por isso ele também é conhecido como o Victory Fort (Forte da Vitória). Há uma lenda que diz que existe um tesouro de joias e pedras preciosas escondido aqui. Esse tesouro teria sumido depois da independência da Índia, provavelmente para evitar que fosse confiscado. Os funcionários do governo vasculharam todo o forte com detectores de metais em 1977, mas nada foi encontrado.

Jaigarh era um centro importante para a fabricação de canhões, o respeito que eles tinham pelos canhões pode ser julgado pelo fato de que todos os canhões em exposição, até o menor deles, foram nomeados individualmente. Aqui a gente encontra também o Jaivana, o maior canhão sobre rodas do mundo para a época (1720). Reza a lenda que esse canhão teria sido utilizado uma única vez e que a bala do canhão teria atingido uma distância de 35 km.

O Forte Jaigarh, à contrário do Forte de Amber, é uma propriedade privada. Um dos guardas do forte, que se prontificou a me guiar mesmo quando eu disse que não havia necessidade, me disse que o marajá dono desse forte mora no Palácio Real de Jaipur. Esse forte fica bem no topo da colina, a vista de lá para o forte e a cidade de Amber simplesmente vale qualquer esforço.

Stepwell Panna Meena Ka Kund

Minha última parada na vila de Amer foi para conhecer um stepwell que fica logo atrás do Forte de Amber, uma verdadeira joia escondida que poucos turistas sabem da existência. Na saída do Forte de Amber, combinei com um motorista de tuktuk o seguinte roteiro: primeiro ir até o stepwell de Amber, depois passar pelo Jal Mahal e por fim terminar o passeio no Forte Nahargarh.

Stepwells são construções extremamente antigas e muito comuns na Índia. Sua arquitetura é composta por uma série de escadas por toda sua volta que levam à um reservatório de água central (tipo um poço) no nível mais baixo da construção. Como o nível desse reservatório de água oscilava de acordo com as chuvas e com outras formas de escoamento da água, as escadas serviam para facilitar o acesso ao poço. Hoje em dia a maioria já foram desativadas e encontram-se em precário estado de conservação.

Não paguei nada pra entrar no stepwell de Amber e fiquei surpreendida pela beleza dessa construção histórica. Muitos moradores locais sugerem que o Panna Meena ka Kund foi construído para que o povo de Amer pudesse coletar água, que mais tarde era usada em muitos templos próximos. As mulheres também vinham aqui para encher seus potes de água para o trabalho doméstico. Além disso, o Panna Meena ka Kund era um local de descanso para muitos viajantes, pois a temperatura dentro do poço é significativamente mais fria. Infelizmente hoje em dia não é possível descer as escadas pois é proibido por motivo de segurança.

Panna Meena ka Kund
Panna Meena ka Kund em Amer.

Palácio Da Água (Jal Mahal)

Encontramos o motorista do tuktuk que estava nos aguardando na saída do stepwell e de lá seguimos por uns 15 minutos até a avenida Amer Road que tem uma espécie de calçadão onde tinham muitos locais caminhando, tirando fotos e algumas barracas vendendo produtos locais. O motorista parou ali para que a gente pudesse descer do tuktuk e fazer nossas fotos para o Jal Mahal.

O Jal Mahal, também conhecido como Water Palace (Palácio da Água), é na minha opinião um dos lugares mais pitorescos de toda Jaipur. Ele se encontra no meio do lago Man Sagar, lago esse que é na verdade um reservatório artificial criado algumas centenas de anos atrás. Ou seja, ele não foi construído de propósito dentro da água. A construção dele veio antes e a inundação veio depois.

Construído por volta de 1799 para servir como um pavilhão de caça para o raja (rei) local, esse é um ótimo exemplo da arquitetura Rajput. Apesar de parecer pequeno, dos 5 andares que possui apenas 1 fica sob a água enquanto os outros 4 andares ficam embaixo da água e servem para manter a estrutura firme no lugar.

Na época da minha visita em Jaipur o palácio não estava aberto à visitação, porém parece que está passando por um longo processo de restauração. Quem sabe num futuro próximo turistas e locais poderão visitá-lo por dentro?

Palacio Jal Mahal em Jaipur
Jal Mahal

Forte Nahargarh

Minha última parada do dia foi em mais um forte, no caso o terceiro forte do dia. O Forte Nahargarh fica uma distância de uns 15-20 minutos do Jal Mahal onde eu estava com o motorista de tuktuk. Subimos por uma estrada de mão dupla rodeada por uma vegetação densa. Eu fiquei prestando atenção ao longo do caminho pois o motorista disse que essa mata é habitat de muitos pavões, que por um acaso é o animal símbolo do país, mas isso é assunto para um outro post.

Construído à beira das colinas no norte de Jaipur, o Forte Nahargarh também é conhecido como Tiger Fort (Forte do Tigre), pois acredita-se que existiam muitos desses animais perambulando por essas colinas muito tempo atrás. Ele foi construído por volta do ano de 1734 e junto com o Forte de Amber e o Forte Jaigarh formavam um anel de defesa para a cidade de Jaipur.

Os apartamentos do palácio construídos entre 1883-1892 dentro do forte era um local onde as concubinas mais preciosas do marajá de Jaipur Madho Singh II eram alojadas, longe dos olhares dos cortesãos ou de suas esposas oficiais.

O local é um labirinto de corredores e escadas dispostos em torno de um grande pátio central, e parece que isso era proposital, pois assim ele podia chegar e ir embora sem ser visto por ninguém. Mais uma vez tive a oportunidade de interagir e tirar muitas fotos com locais, dado que tinham pouquíssimos turistas estrangeiros visitando o forte.

Mas para mim, o verdadeiro destaque do Forte Nahargarh é a vista impressionante para a cidade de Jaipur. Eu tinha lido em muitos lugares que muita gente gosta de vir aqui para assistir o pôr do sol e foi isso que decidi fazer para fechar com chave de ouro um dia maravilhoso de passeio por todos esses lugares. A experiência de finalmente silenciar a mente e simplesmente observar a magnitude dessa cidade enquanto o sol se põe é uma imagem que vai durar na minha memória por muitos anos.

Forte Nahargarh
Fim de tarde no Forte Nahargarh.

4. Roteiro Em Jaipur » Dia 2

Como no primeiro dia em Jaipur fui conhecer os pontos mais afastados do centro da cidade, no segundo dia resolvi conhecer os principais pontos do centro da cidade. Foi um dia com muita história, cultura, compras, templos e muitas fotos! No meu roteiro do segundo dia em Jaipur tiveram 2 Patrimônios Mundiais da UNESCO, o principal palácio da cidade, monumentos históricos, e pra finalizar com chave de ouro, fui conhecer um dos lugares mais fotografados de toda a Índia.

Cidade Rosa (Pink City)

Decidi começar o dia me aventurando pelas ruas da famosa Pink City (Cidade Rosa) de Jaipur. A distância do hotel que estava hospedada era aproximadamente 4 km, então fui até um dos motoristas de tuktuk que sempre ficam na frente do hotel, pedi para que ele me levasse até a Pink City. Como ele não falava nada de inglês e eu não falava nada de indiano, não definimos o ponto final exato então deixei por conta dele. A viagem durou uns 15 min.

Enquanto eu estava visitando a cidade, ouvi duas teorias da razão pela qual ela é conhecida como a Pink City. Uma delas é a de que em 1876 o príncipe Albert Edward da Inglaterra visitou a Índia, ele era o filho mais velho da rainha Victoria e mais tarde se tornaria rei Edward VII. A viagem do Príncipe de Gales pela Índia foi planejada como uma forma de estabelecer vínculos diplomáticos entre os governantes indianos e a Coroa Britânica.

Como o povo de Jaipur é conhecido por sua incrível hospitalidade, o marajá Ram Singh II mandou pintar toda a cidade de rosa para receber a realeza britânica. Dizem que o Príncipe Albert apelidou Jaipur de “Cidade Rosa” e o nome pegou.

Porém, a segunda teoria sobre o apelido Pink City desmente o fato que a cidade teria sido restaurada para receber o príncipe de Gales e que na verdade a cor teria sido usada muito antes do século 19 para camuflar os materiais de baixa qualidade com os quais esses edifícios foram construídos. Assim, sendo pintada com essa cor a cidade se pareceria mais com os grandes monumentos imperiais dos mogols construídos com arenito vermelho.

Projetada para ser uma capital comercial, a cidade manteve suas tradições comerciais, artesanais e cooperativas locais até hoje. O planejamento urbano da cidade mostra um intercâmbio de ideias das culturas hindu antiga e mogol moderna, bem como da ocidental; por esse motivo é considerada Patrimônio Mundial da UNESCO. A influência de antigas tradições indianas estão na organização dos diferentes setores da cidade (chowkris); e o planejamento de construção de grade que deu forma as praças e avenidas da cidade, é um modelo que prevalece no Ocidente.

Ainda caminhando pela Pink City, passei em frente ao Portão Tripolia (Tripolia Gate) dentro da Cidade Rosa. Esse é um dos dois importantes portões de entrada do Palácio da Cidade de Jaipur, a residência real do marajá. Esse portão é reservado para a entrada da família real no palácio. O nome desse portão se deve aos seus 3 arcos: pois Pol significa ‘portal em arco’; então Tripolia significa ‘3 arcos’. Todos os importantes portões antigos da cidade de Jaipur possuem 3 Pols diferentes. Eles são unidos, sendo o Pol central o maior dos três e os Pols menores servem mais como um elemento decorativo.

Outro marco importante que fica logo ao lago do Portão Tripolia é a torre Isarlat Sargasooli. Ela foi construída no ano de 1749 para comemorar a vitória de Sawai Ishwari Singh (filho mais velho do fundador de Jaipur) contra seu meio-irmão Sawai Madho Singh. Os dois disputavam a coroa e Sawai venceu a batalha com ajuda do exército Mogol. Ela possui 7 andares e a escadaria interna foi construída em formato espiral para permitir a entrada de ar e luz em seu interior.

Palácio dos Ventos (Hawa Mahal)

Um dos principais cartões-postais de Jaipur, esse é um daqueles lugares que você não pode deixar de conhecer quando estiver na Pink City. Tão impressionante quanto sua arquitetura, é a sua história. O Hawa Mahal foi construído em 1799 em uma das extremidades do Palácio Real de Jaipur, ele fazia parte da ala feminina do palácio.

O Hawa Mahal tem uma estrutura que muitas vezes se assemelha a um favo de mel. Ele também é chamado de Palace of Winds (Palácio dos Ventos) pois as suas mais de 590 pequenas janelas permitiam que as mulheres da corte observassem a vida fora da corte. No entanto elas não podiam serem vistas pelas pessoas nas ruas, então se escondiam atrás das janelas para admirar a vida fora dos portões do palácio.

Hawa Mahal em Jaipur, India
Hawa Mahal

O palácio possui 5 andares, porém internamente cada andar é bem estreito, muitas vezes tendo a espessura de somente um cômodo. Eu queria muito ter visitado por dentro, mas fui descendo a avenida, olhando as lojinhas, reparando o dia-a-dia do povo que acabei esquecendo de voltar pra visitar por dentro. Essa parte da cidade é linda, difícil não se apaixonar por essa atmosfera que une tanta história e tanta gente. Um verdadeiro museu à céu aberto, se bem que toda Índia é assim.

Um bom lugar para tirar fotos do Hawa Mahal fica do outro lado da rua. Existe um café chamado Wind View Cafe com uma vista que é a queridinha dos turistas para fotos. Eu não entrei no café então não sei dizer se é necessário consumir alguma coisa ou se dá para entrar pra tirar uma foto rapidinho. Mas me baseando pelas fotos que já vi por aí, a vista de lá do andar de cima para o palácio é a mais bonita que tem.

Palácio Da Cidade (City Palace)

Não deixe de visitar o Palácio Real de Jaipur, uma parada obrigatória para seu roteiro ficar completo! Eu sei que devo ter falado isso dos outros lugares também, mas fato é que Jaipur é uma cidade muito rica culturalmente e historicamente. Aqui no Palácio Real você se sente dentro de um filme de época ou de um clássico romance indiano que seja.

O Palácio da Cidade de Jaipur é a antiga sede administrativa do marajá de Jaipur, hoje em dia parte do palácio ainda serve de residência para a família real. Construído originalmente pelo marajá Jai Singh II para cercar com muros altos o jardim Jai Niwas e o pavilhão de caça que ocupava o local antes da fundação de Jaipur. A construção do palácio foi concluída em 1732 e era também o local de eventos religiosos e culturais, além de ser um patrono das artes, do comércio e da indústria.

Muitos dos pavilhões e salões foram sendo adicionados depois por seus sucessores. Aqui cada porta é ricamente decorada, cada lustre está intacto e cada pavilhão é guardado por guardas de turbante, alguns ainda mantém a tradição do mustache, algo bem característico do Rajastão.

Guardas do Palácio Real de Jaipur, Jaipur Royal City Palace
Guardas do Palácio da Cidade de Jaipur.

Entre os pavilhões que visitei tem o Diwan-i-Am (Sabha Niwas) que era um salão usado para audiência pública; o Diwan-i-Khas (Sarvato Bhadra) que era usado como um salão para audiências privativas do marajá com os oficiais e nobres do reino, e onde hoje se encontra os dois maiores vasos de prata da mundo; e o Chandra Mahal que é uma das partes mais antigas do palácio. Ele agora é a residência da família real então essa parte é fechada para o público.

O estandarte real de Jaipur está hasteado no topo do Chandra Mahal o tempo todo e no dia que eu visitei o marajá estava em residência então uma bandeira conhecida como “um e um quarto” estava hasteada junta. Ela é uma réplica em miniatura da bandeira de Jaipur.

Além do terreno do palácio que é repleto de salões, pinturas, gravuras, objetos de decoração, eu amei visitar a sala de armamentos. Pois ali existem relíquias antigas que pertencem à família real. Sabe aquelas adagas e espadas cheias de detalhes cravados? Você encontra nesse salão.

Outra parte do palácio que eu amei visitar foi Mubarak Mahal, que foi construído originalmente para receber convidados estrangeiros mas agora abriga os escritórios do complexo e uma biblioteca no primeiro andar. É onde também fica o museu têxtil do palácio, um local simplesmente impressionante com roupas de centenas de anos atrás em um ótimo estado de conservação. Não dá nem pra imaginar o peso ou o valor dessas relíquias.

No pátio interno Pritam Niwas Chowk há quatro portões pequenos que são adornados com temas que representam as quatro estações do ano e os deuses hindus. O mais famoso e fotografado deles é o Portão do Pavão (Peacock Gate). O pavão é o pássaro símbolo nacional da Índia, ele representa a nobreza, santidade, proteção e vigilância. Mas aqui no palácio ele está representando o outono e o deus hindu Vishnu.

Observatório Astronômico Jantar Mantar

Depois de visitar o Palácio da Cidade segui para conhecer o observatório astronômico Jantar Mantar que fica bem ao lado do palácio. A primeira coisa que notei foi o grande número de turistas estrangeiros, mas logo minha atenção se voltou para o chamado à oração que vinha de uma mesquita ao lado.

O Jantar Mantar de Jaipur é um observatório astronômico construído pelo marajá Jai Singh II no começo do século 18 que ainda se encontra em ótimo estado de conservação. Por conta disso, ele é considerado um Patrimônio Mundial da UNESCO. São um total de 20 instrumentos que serviam para medir o tempo, prever eclipses, rastrear estrelas, determinar as posições dos planetas, determinar as altitudes celestiais, entre outras coisas.

Apesar de ter sinalizações (em inglês) explicando o objetivo de cada instrumento, eu sugiro que você contrate um guia para seu passeio aqui seja mais proveitoso. Os instrumentos são de vários tamanhos, formatos e modelos. O Brihat Samrat Yantra (Grande Rei dos Instrumentos) é o maior relógio solar de pedra do mundo. Outro instrumento que se tornou um dos meus favoritos foi o que mostra os signos do zodíaco. Incrível imaginar que a tecnologia deles era tão avançada para a época.

Templo Govind Devji

Em seguida decidi conhecer o templo Govind Devji que fica logo atrás do Palácio da Cidade. Fiz esse percurso de alguns minutos a pé e logo depois de passar por debaixo de uma pequena ponte o cenário era outro. Não haviam turistas por ali, eram somente locais, muitas barraquinhas vendendo oferendas e macacos tentando pegar o que de comer ou beber vissem pela frente. Eu tenho essa mania de me enfiar nos lugares mais inusitados que turistas nem sabe que existem.

Esse é o templo da família dos marajás de Jaipur e um importante templo da peregrinação hindu. Ele é dedicado a Krishna em seu papel de Govinda, ou seja, guardião dos rebanhos e da natureza. Lá dentro tem uma imagem de Govinda trazida de Vrindavan em 1735, que é considerada a divindade guardiã dos marajás de Jaipur.

Templo Govind Devji Jaipur
Fim de tarde no templo Govind Devji.

Era um fim de tarde em que o templo se encontrava lotado. Estava tendo algum tipo de celebração lá dentro provavelmente a puja noturna, uma celebração que marca a transição do dia para a noite, simbolizando a necessidade de luz espiritual para guiar através da escuridão. Todas as mulheres estavam vestidas de sáris na cor rosa. Apesar de ser a única turista ali ninguém pareceu se incomodar (e nem notar) a minha presença. Confesso que a energia aqui é muito boa, fiquei encantada com as cores, os adornos e a simplicidade do lugar.

Por respeito, decidi não entrar apesar da vontade imensa de ter feito o contrário. Fiquei escutando do lado de fora e explorando os arredores. Passei em frente uma espécie de bebedouro atrás do templo, um local que a cada segundo uma pessoa parava para beber água e apoiava a mão na parede exatamente no mesmo lugar. Essa parte da parede chega estar encardida de tantas marcas de mão, acho que nunca deve ter sido pintada. Esses tipos de detalhes são fascinantes para mim.

Portão Patrika

Se antes de ir pra Índia eu não tivesse visto uma foto do corredor mais colorido do Instagram provavelmente não saberia que ele existia e ficava em Jaipur. Óbvio que eu não ia perder a oportunidade de conhecer esse lugar encantador. Então depois de visitar os principais pontos turísticos na região central da Pink City, encontrei um tuktuk e pedi pra ele me levar até o Patrika Gate que eu fazia muita questão de conhecer.

Único problema é que ele fica do outro lado da cidade. Do Palácio da Cidade até o Patrika Gate são aproximadamente 10 km. Talvez teria sido melhor deixar para incluir no roteiro do dia seguinte já que eu estaria visitando outros lugares ali perto. Mas por outro lado, depois de andar o dia inteiro, foi uma delícia passear de tuktuk pela cidade.

Depois de 30 minutos de viagem chegamos em uma enorme rotatória conhecida como Jawahar Circle Garden. Dentro dessa rotatória gigante fica um jardim com várias atrações, incluindo uma fonte musical, um templo, jardim de rosas, área de recreação e pista de corrida.

Mas o verdadeiro destaque desse parque é o Patrika Gate, um portão com uma bela arquitetura e todo colorido. Cada pilar é pintado com alguns fatos importantes sobre diferentes partes do estado do Rajastão, incluindo cenas de guerras, casamentos e vida cotidiana. O que ninguém vê é que atrás dessas pilastras tem muita gente esperando pra tirar suas fotos também. 😀

Patrika Gate
Patrika Gate

5. Roteiro Em Jaipur » Dia 3

No meu terceiro e último dia em Jaipur atravessei a cidade de ponta a ponta. Montei um roteiro com alguns lugares que eu tinha interesse em visitar, mas que eram meio fora de mão e distante um dos outros. Comecei o dia visitando um cemitério histórico; depois fui até o templo Birla Mandir, considerado um marco arquitetônico em Jaipur; e por fim, terminei o dia tomando um cafezinho no World Trade Park, um dos maiores shopping centers de toda Índia.

Royal Gaitor

Esse é um dos pontos turísticos mais curiosos de Jaipur, um lugar bem diferente que realmente merece uma visita. O Royal Gaitor é um lindo mausoléu que fica em um local isolado aos pés do Forte Nahargarh. Mas ele nada se assemelha àqueles cemitérios que estamos acostumados. Aqui antigamente funcionava o crematório para os governantes reais de Jaipur.

A estrutura arquitetônica do local é uma das mais bonitas de todo o estado do Rajastão. Aqui vai um fato interessante: o nome Gaitore é derivado da palavra hindi ‘Gaye Ka Thor’ que significa “lugar de descanso para os que partiram”. Os cenotáfios (chhatris) são adornados com detalhes arquitetônicos intrincados. Os marajás Pratap Singh, Madho Singh II e Jai Singh II, entre outros, são homenageados aqui. Jai Singh II tem o cenotáfio de mármore mais impressionante, com uma cúpula sustentada por 20 pilares esculpidos.

Eu peguei um Uber do hotel até aqui achando que depois da minha visita fosse encontrar vários motoristas de tuktuk para me levar de volta ao centro, e me ferrei. Porque não tinha ninguém na entrada do mausoléu. Esse é um lugar longe das multidões dos pontos turísticos mais famosos. Para encontrar um tuktuk tive que caminhar por dentro do bairro residencial por mais de 10 minutos. Então fica a dica, planeje bem sua ida e seu retorno.

Templo Birla Mandir

Depois de visitar o Royal Gaitor caminhamos pelo bairro por uns 10 minutos até que finalmente passou um tuktuk para nos resgatar. Pedi para ele nos levar até um dos cartões-postais de Jaipur, o templo Birla Mandir que fica mais de 6 km de distância de onde eu estava, localizado aos pés do Forte Moti Doongri (forte esse que está fechado para visitação).

O Birla Mandir, também conhecido como Templo de Mármore, é um moderno templo hindu todo em mármore branco e vitrais coloridos construído pela poderosa família Birla, dona de uma das maiores corporações da Índia. Aberto ao público em 1988, o templo é dedicado ao deus hindu Vishnu (o Preservador) e sua cônjuge Lakshmi (Deusa da Prosperidade).

Mas apesar disso, o templo é uma mistura de todas as filosofias e ensinamentos religiosos transmitidos à humanidade. Ele celebra a diversidade cultural e religiosa da Índia, nota-se isso pelas figuras de vários santos de outras religiões, historiadores e filósofos lado a lado com os da religião hindu, como por exemplo: os ensinamentos de Buda e o trabalho de professores lendários, como Sócrates e Confúcio.

O templo é lindo por dentro, cheio de pinturas e gravuras pelas paredes. Mas como a maioria dos templos da Índia, fotos no interior do templo não são permitidas. Esse é um daqueles lugares que no mesmo instante que eu coloquei o pé dentro já senti aquela paz, aquela energia boa.

World Trade Park

Para começar a relaxar e já entrar no ritmo de despedida de Jaipur, decidi tomar um café e passear pelas lojas do luxuoso shopping center World Trade Park. Eu gosto muito de fazer isso em viagens, mesclar visitas a locais históricos com outros mais modernos, para assim ver o passado e o presente da cidade.

O World Trade Park é um dos maiores shopping centers de toda a Índia. Com 11 andares divididos em dois blocos que são unidos por um corredor com restaurantes, ele é muito frequentado pela galera mais jovem e abastada de Jaipur que vem aqui para fazer compras nas lojas da Zara, Sephora, até uma loja da Hamleys tem aqui dentro.

Além das lojas normais do shopping, tem também aquelas seções cheias de quiosques vendendo roupas e lembrancinhas em um preço mais bacana. Inclusive, esse shopping fica bem pertinho do Jawahar Circle, é uma opção quem quiser combinar a visita.

6. Restaurantes Em Jaipur

Peacock Restaurant

Sem brincadeira, foram 4 dias e 4 noites comendo no mesmo restaurante e comendo alguma coisa diferente. Eu estou falando do restaurante localizado no rooftop do hotel onde estava hospedada, que se chama Peacock Restaurant e tem ótimas avaliações em tudo quanto é site de viagens e guias de Jaipur. Por conta da sua boa reputação (e preços acessíveis), ele atrai os próprios moradores de Jaipur além dos turistas hospedados no hotel.

A começar pela linda decoração do restaurante, as cadeiras de metal, a cobertura do telhado que é um pavão, mas tudo fica ainda mais lindo iluminado à noite. No cardápio há várias opções de comidas indianas. Não deixe de experimentar o lassi doce (uma bebida feita com iogurte cremoso) e o tandoori aloo (fatias de batata cozida recheadas com purê de batata e queijo tipo cottage). Por outro lado, eles tem também opções para quem prefere a culinária chinesa ou ocidental como pizzas, massas, sanduíches, entre outras.

O restaurante está sempre cheio, principalmente à noite quando tem música ao vivo. Então é bom chegar cedo para pegar uma mesa ou talvez tentar reservar com o pessoal do hotel. Lembrando que tanto o hotel quanto o restaurante do hotel foram dicas que eu peguei no finado blog da Liliana Carneiro, pelo menos ela ainda compartilha um monte de dicas boas no Instagram.

Nibs Cafe & Chocolateria

Para as formigas de plantão lendo esse post: anotem essa dica. Teve uma tarde que eu estava sem fazer nada no hotel e bateu aquela vontade de comer um doce e tomar um cafezinho. Comecei a pesquisar o que tinha ali perto do hotel e descobri um lugar na rua de trás com ótimas avaliações no TripAdvisor chamado Nibs Cafe & Chocolateria. Decidi ir lá conhecer e ver se tinham alguma coisa no menu que me agradava.

Como era bem no meio da tarde o lugar estava meio vazio, mas aos poucos uma galera jovem local começou a chegar, alguns estavam trabalhando no computador, outros pareciam ter acabado de sair da escola. Esse cafezinho é pequeno e simples mas cheio de opções de sobremesas e aqueles milk-shakes que vem transbordando. Eu escolhi uma torta de maça com calda de chocolate e sorvete de baunilha que estava muito boa, mas veio tanto que quase não consegui comer tudo.

As sobremesas que experimentei estavam muito gostosas e as porções bem servidas. Esse não é aquele tipo de café que se você estiver hospedado em outra região da cidade precisa vir até aqui. Mas se você estiver hospedado no Pearl Palace ou ali perto, essa é uma opção que fica só 3 minutos de caminhada.

Nibs Cafe & Chocolateria
Torta de maçã do Nibs Cafe & Chocolateria

7. Hospedagem Em Jaipur

Hotel Pearl Palace

Ainda quando estava planejando minha viagem pela Índia vi no finado blog da Liliana Carneiro que o Hotel Pearl Palace foi o melhor hotel da viagem dela pela Índia. No post ela comentava um pouco da sua experiência no hotel, falando da hospitalidade dos funcionários, da limpeza, da conveniência de ter um restaurante bom e além disso gostei bastante das fotos que ela havia publicado. Eu confio muito nas dicas da Liliana pois ela é uma viajante experiente que já viajou o mundo todo. Então não tive dúvidas que ia tentar reservar o mesmo hotel.

A localização não é das melhores pois não dá para fazer nada a pé. Para ir pro centro de Jaipur tem que pegar algum tipo de condução (uber ou tuktuk), mas isso não chega ser um problema pois sempre tem motoristas de tuktuk na porta do hotel. Jaipur é tão grande e as atrações estão bem espalhadas que eu nem sei dizer se há algum bairro que possa se dizer que é mais bem localizado.

O hotel é bem simples e de baixo custo, não tem luxo nenhum. Era exatamente o que eu estava procurando pois sou daquelas mochileiras que adoram descobrir lugares que sejam: limpo, bom e barato! O meu quarto era espaçoso e limpinho. Talvez só um pouco escuro pois as janelas são vitrais coloridos, o que fazia com que entrasse pouca luz. Mas isso nao é lá um grande problema pois geralmente eu só volto para quarto no final do dia.

A decoração do hotel é uma atração à parte. Logo no andar térreo, assim que você passar pela recepção, tem uma área a céu aberto com bancos, plantas e uma parede com uma miniatura do Hawa Mahal (Palácio dos Ventos). Os corredores para os quartos também são muito bem decorados com móveis típicos, vasos, quadros, e até o teto é todo colorido. Ao lado da porta do meu quarto tem uma pintura de uma “Monalisa Indiana” que é a coisa mais linda!

Por conta da fama, das boas avaliações, do preço acessível, as reservas desse hotel costumam esgotar com meses de antecedência. Então quanto antes você reservar seu quarto mais garantido vai ser que você conseguirá se hospedar aqui e pagar um preço razoável. Eu reservei diretamente através do site do hotel porque comparando com outros sites era onde estava mais barato.

Na Índia muitas vezes é comum os hotéis menores se confundirem ou até mesmo perderem as reservas. Eu já vi isso acontecer com amigos. Então eu aconselho você mandar um email para o hotel uma ou duas semanas antes da sua viagem pedindo uma confirmação da reserva para garantir que quando você chegar lá não vai ter nenhum problema.

Veja todos os posts da Índia no Mais Um Destino.

Vai passar mais do que um dia em Jaipur? Reserve seu hotel no booking.com usando o link do blog. Além de oferecer segurança e acomodações incríveis, você ainda me ajuda a manter o Mais Um Destino no ar sem pagar nada por isso! Muito obrigada. 🙂

Curtiu? Compartilhe.

2 comentários em “3 dias em Jaipur: a encantadora Cidade Rosa, capital do Rajastão”

  1. Amei o post!! Super completinho e com alguns detalhes que são essenciais para quem está planejando sua viagem!
    Parabéns pelo trabalho!

    Yara Guerra do IG @brazil.traveler

    1. Obrigada Yara, fico muito feliz com seu comentário. Tentei incluir o máximo de informações possíveis sobre Jaipur. ♥️ Pois assim como eu amei conhecer essa cidade, espero que outras pessoas também se apaixonem.

Deixe seu comentário