Ásia, Filipinas

Manila, a caótica capital das Filipinas

Se tem uma palavra que eu encontrei no meu dicionário para poder descrever Manila a capital das Filipinas, eu diria: caos! Apesar de ter passado apenas 2 dias aqui, minha estadia foi tão intensa que é difícil descrever tudo que vi, vivi e senti nessas 48 horas.

Eu fiz um mochilão de 6 meses no Sudeste Asiático passando por 8 países, mas antes de viajar, eu decidi que iria incluir no meu roteiro todas as capitais de cada um desses países. Não existia a mínima possibilidade de eu deixar uma delas de fora, qualquer que fosse os empecilhos.

Manila, Filipinas
Manila, Filipinas

Das pessoas que eu conheço que já foram para as Filipinas, poucas se aventuraram em Manila. A grande maioria prefere pular essa cidade e descer direto para as ilhas.

Algumas pessoas que conheci durante o mochilão, me disseram que eu não precisava conhecer Manila, porque é uma cidade grande, perigosa e com um trânsito super caótico.

Manila é uma capital de contrastes, como a maioria das grandes capitais do mundo. Mas aqui os contrastes são bem mais evidentes. Confesso que na minha opinião, Manila não é o local mais indicado para turistas inciantes.

Ao pegar um táxi do aeroporto até o hotel vi enormes favelas por todos os cantos da cidade. Haviam dezenas de pessoas dormindo embaixo de pontes em barracões de madeira improvisados que chegavam quase a tomar pedaços das avenidas.

A pobreza é evidente, está estampada para quem quiser ver. Mas assim como também está a riqueza. Ao atravessar a cidade vi muitos prédios modernos, enormes construções, shopping centers e hotéis de luxo.

Inclusive, eu escolhi me hospedar no distrito financeiro, conhecido como Makati. Eu quis garantir que eu ficaria hospedada em uma região segura. Hoje eu escolheria outra área da cidade, quanto mais perto de Intramuros melhor. Para saber mais sobre o hotel que fiquei em Manila, leia a seção de hospedagem logo mais abaixo aqui no post.

Apesar da minha estadia aqui ter sido super tensa e muito desafiadora em alguns momentos, eu não me arrependo de ter conhecido Manila. Estou feliz por ter explorado essa capital, feliz por ter conhecido um pouco mais desse país e mais feliz ainda por ter visto com meus próprios olhos. Pra mim foi uma grande experiência de vida!

Você vai encontrar nesse post:
Sobre Manila
Como cheguei em Manila
Transporte
Pontos de interesse
Restaurantes em Manila
Hospedagem em Manila
Manila, ir ou não ir?

Sobre Manila

A região metropolitana de Manila conhecida como Metro Manila, consiste em um aglomerado de 16 cidades divididas em 4 distritos. Essa região é considerada o centro da atividade política, econômica, social e cultural das Filipinas. A capital Manila é o principal distrito dessa região e onde também se concentram os principais pontos turísticos.

Das mais de 7 mil ilhas que compõem o país, Manila fica localizada na Ilha de Luzon ao longo da costa leste da Baía de Manila. O nome vem de um arbusto florido, o nilad, que antigamente crescia bastante nas margens do Rio Pasig, rio esse que atravessa a capital.

Por séculos Manila foi o principal porto de entrada internacional nas Filipinas e posteriormente virou o centro do desenvolvimento industrial do país. Pra gente poder entender um pouco mais sobre a história das Filipinas, temos que voltar lá no século 16. Quando Manila era formada por um povoado muçulmano que foi dizimado por colonizadores espanhóis que posteriormente fundaram a cidade-fortaleza de Intramuros.

A cidade foi se desenvolvendo a partir da fortaleza de Intramuros e das aldeias que haviam em volta desses muros. A arquitetura no estilo espanhol era muito comum na cidade antes da 2ª Guerra Mundial e algumas ainda existem até hoje, como a igreja de San Augustin, um patrimônio histórico da UNESCO.

Vemos a influência espanhola não somente na arquitetura como também na religião do povo. Pois hoje mais de 90% da população é formada por cristãos. Outro fato muito curioso, é que várias palavras do vocabulário filipino são parecidas ou exatamente iguais à palavras espanholas, assim como nome de prédios, ruas, cidades, ilhas e por aí vai.

Depois de ter sido praticamente destruída tanto por terremotos e durante a 2ª Guerra Mundial, a capital Manila foi reconstruída e se desenvolveu rapidamente. Porém agora enfrenta muitos problemas urbanos, como a poluição, o congestionamento e a superpopulação, sendo considerada uma das cidade mais povoadas do mundo.

Manila, Philippines
Manila, Filipinas.

Como Cheguei Em Manila

Eu fui para as Filipinas durante meu mochilão de 6 meses pelo Sudeste Asiático com o Júnior. Antes de chegar nas Filipinas eu estava em Bali na Indonésia. De lá peguei um avião da Cebu Pacific até Manila mas somente para fazer conexão. Pois de Manila peguei um outro avião com destino à ilha de Palawan, minha primeira parada nas Filipinas.

Em 3 semanas explorei as ilhas de Palawan, Cebu e Boracay. Foi de Boracay que peguei um voo da Cebu Pacific de volta à Manila, mas dessa vez para explorar a capital.

Cheguei em um dos aeroportos mais bagunçados que eu já vi na vida, o Ninoy Aquino International. Por exemplo, das 3 vezes que passei por ele, a maioria do voos estavam todos atrasados, mudavam de portão constantemente, as malas atrasavam horrores para serem entregues, os funcionários não sabiam dar informações corretas e etc. Estava tudo uma verdadeira zona.

Do aeroporto eu peguei um táxi até o hotel em Makati, que eu já havia deixado reservado com antecedência. Os motoristas de táxi do aeroporto já estão um pouco mais acostumados com turistas, inclusive falam inglês, então foi fácil conversar com eles para combinar o preço da corrida e etc. Até chegar ao hotel foi tudo tranquilo. O caos começou a partir daqui.

Manila, Philippines
Manila, Filipinas.

Transporte Em Manila

Assim que eu cheguei em Manila vi o quanto essa cidade é grande. Confesso que fiquei um pouco receosa de me aventurar no transporte público. Como já mencionei antes, eu fiquei hospedada em Makati, que apesar de ser um lugar um pouco mais chique e seguro, não tem muita coisa pra fazer.

O meu roteiro era começar o dia visitando a região de Intramuros, que fica distante de onde eu estava hospedada. Desci do hotel e fui caminhando até a avenida principal mais próxima pra poder tentar a sorte de achar um jeepney que nos levasse até Intramuros.

O jeepney é um tipo um jeep comprido geralmente todo colorido e iluminado, que serve até 20 pessoas. Lógico que eu vi alguns com o dobro de gente dentro, todo mundo amontado um em cima do outro e outros pendurados nas portas. Esse tipo de veículo você só encontra aqui nas Filipinas. Só que eu não achei nenhum que tivesse indo pra Intramuros, nem os pontos onde eu podia pegar esses jeepneys.

Desisti da ideia de pegar o jeepney e resolvi que seria melhor pegar um táxi. Vocês não tem noção do perrengue que passei. Eu tentei parar um táxi em uma avenida enorme, passavam dezenas de táxis ali, só que a grande maioria já estavam ocupados. Quando depois de muito tempo tentando consegui parar um, pedi para que ele me levasse a Intramuros, o motorista arrancou com o carro e nem disse nada. Sabe quantas vezes essa cena se repetiu? Ao menos umas 5 vezes.

Eu não entendia o por que os motoristas eram tão grossos, eles não nos respondiam e também não explicavam o por que não queriam fazer a corrida. Já estava quase desistindo, quando tive a ideia de tentar pegar um táxi logo em frente do prédio comercial onde eu vi varias pessoas chiques chegando e saindo de táxi. Entrei na fila de espera e foi só assim que eu consegui pegar um táxi, mas mesmo assim o motorista estava super indignado de ter que nos levar.

No caminho de Makati ao Forte Santiago eu acredito que entendi o por que eles não gostam de fazer essa corrida. Pois é um percurso longo de aproximadamente 12 km, nós levamos mais de 1 hora para percorrer essa distância. O trânsito na cidade estava completamente parado, o carro andava tão devagar que eu acredito que se tivéssemos escolhido ir a pé teríamos chegado mais rápido.

O bom de ter pego o táxi foi ter visto um pouco mais da cidade. Passamos em frente ao Baywalk onde eu pude ver os moradores aproveitando o lindo dia de sol que fazia, alguns correndo e fazendo atividade física, outros passeando com suas crianças.

Após explorar a região de Intramuros, eu queria muito ir ver até a igreja do Nazareno Negro no bairro de Quiapo. Eu já sabia que táxi seria uma péssima opção. Eu tinha praticamente decidido ir a pé quando um cara em uma kalesa, uma especie de carroça, passou e perguntou aonde estávamos indo. Eu falei o nome da igreja e ele disse que poderia nos levar até lá. Combinamos o valor da corrida em 0,50 pesos filipinos.

Apesar de eu não curtir e não apoiar esse tipo de transporte que explora os animais, me vi em uma situação que infelizmente não tive muita escolha. A distância do Rizal Park até a igreja de Quiapo é curta, passamos por enormes avenidas e viadutos antes de chegar ao nosso destino final. Foi nesse momento que tive uma das piores experiências em 6 meses de Ásia.

O rapaz parou a kalesa em cima de um viaduto bem no meio da rua e disse que havíamos chegado. Eu disse que não ia descer, pois claramente não tínhamos chegado na igreja. Ele apontava pra frente e dizia que era logo ali e que era pra gente descer e ir andando. Eu tentei falar mais alguma coisa mas ele perdeu a paciência. Eu fui pagar o valor combinado e ele começou a gritar dizendo que estava errado. Que não era 0.50 e sim 500 pesos filipinos. A gente começou a discutir e bater boca, ele se exaltou e começou a gritar pedindo o dinheiro.

Nessa, ainda estávamos na kalesa quando uma pessoa em situação de rua apareceu do nada e começou a pedir dinheiro em um lado da kalesa, do outro lado o tráfego intenso de carros buzinando pra gente sair do meio da pista. Era o cara pedindo dinheiro, os carros buzinando, o cara da kelesa gritando pedindo o dinheiro, eu fiquei realmente assustada achando que esse cara pudesse ser violento comigo. Eu vi ódio em seus olhos.

Se sentindo muito enganados e contrariados com a má fé dele, decidimos dar o dinheiro e caminhar até a igreja. Que por sinal, descobri que não era a igreja que eu tinha pedido pra ele nos levar. A sorte foi que eu consegui ver no mapa que a  igreja que eu procurava não estava tão distante assim, deu pra ir andando até lá.

Não era nem metade do dia e já tínhamos passado por 2 perrengues colossais. Depois de explorar a região do mercado de rua e da igreja de Quiapo já não tínhamos mais energia para nada. O dia tinha sido tão estressante que a gente só precisava de um banho e de se esconder no quarto.

E quem disse que a volta pra Makati foi fácil e stress free? Lá estávamos nós, no meio das ruas de Quiapo, procurando um táxi vazio. Agora acho que já deu pra você notar que pegar táxi nas ruas das Filipinas é missão impossível. Mas não tínhamos outra opção. Novamente tentamos por mais de uma hora, simplesmente não haviam táxis vazios. Inclusive, quando os taxistas viam que éramos turistas, eles desviavam da gente de propósito.

Nesse caos do trânsito, o Júnior em uma esquina e eu em outra, um rapaz jovem que parecia trabalhar em uma das lojas ali em volta, ao ver o quanto estávamos sofrendo para conseguir um táxi, perguntou para onde estávamos indo pois ele ia nos ajudar.

Quando um táxi vazio passou, ele se fez de cliente, como se estivesse pedindo o táxi para ele. O motorista concordou em levá-lo, nessa, ele abriu a porta e empurrou a gente pra dentro. Eu entrei primeiro e o motorista começou a falar não inúmeras vezes e continuou andando com o carro. O rapaz na rua enfiou o Júnior para dentro mesmo com o carro andando e fechou a porta.

Calma, eu preciso de uns minutinhos para respirar depois de reviver tudo isso. Intenso né? Como já estávamos dentro do carro o motorista não nos colocou pra fora e acabou aceitando que ia ter que nos levar. O carro andou alguns metros e parou no sinal logo em frente. O rapaz que tinha nos ajudado a entrar no carro apareceu do nada e bateu no vidro da janela e pedindo dinheiro, pois tinha nos ajudado a conseguir o táxi. Abrimos a janela e demos alguns trocados para ele.

Cara, vou te dizer. Esse dia foi stress do começou ao fim. Já fui até pra Índia, que tem fama de ter um dos piores trânsitos do mundo, mas nada se compara ao que vivenciamos aqui em Manila.

Pra concluir essa história que mais se parece com um filme de terror, se eu pudesse ter dar uma dica seria, caso você queira visitar Manila, procure um hotel na região de Intramuros. Ou pelo menos próximo dos pontos turísticos que você queira. Mas caso você tenha que usar o transporte público de Manila, eu te desejo boa sorte.

Pontos De Interesse Em Manila

Intramuros

Como o próprio nome em espanhol já diz, essa cidade fortaleza foi construída em 1571 ‘dentro dos muros’. Aqui moravam os cidadãos mais influentes e ricos de Manila durante o período colonial espanhol.

Essa região de Intramuros é uma parte mais antiga da cidade onde ficam alguns dos principais pontos turísticos de Manila. Por ser um local mais bem preservado e turístico, me senti mais segura para explorar tudo a pé. Foi um passeio muito gostoso. Algumas construções foram bem preservadas e ainda mantém o estilo da era colonial espanhola.

Alguns dos principais pontos de interesse aqui são o Forte Santiago, a igreja de San Augustin que foi tombada como patrimônio histórico da UNESCO, a Catedral de Manila, o Palacio del Gobernador, entre outras.

Forte Santiago

A minha primeira parada em Intramuros foi no Forte Santiago, um dos pontos históricos mais importantes da cidade. O forte foi construído pelos espanhóis em 1593 como uma fortaleza defensiva projetada para defender a cidade recém-formada.

Logo após a bilheteria, ainda antes de entrar no forte há uma enorme praça chamada Plaza Moriones, onde se encontram uma série de estátuas em tamanho real de monges, soldados e figuras históricas. Aqui também ficam alguns prédios administrativos, banheiros, uma lojinha, o centro de informações do visitante e etc.

Em seguida, após passar pelo fosso fica o Fort Santiago Gate. Essa é entrada do forte, um portão esculpido com o selo real da Espanha e com uma escultura de Santiago Matamoros, o santo padroeiro da Espanha.

Outro ponto de interesse dentro do forte é o Museu Rizal Shrine, que fica localizado no prédio onde o herói nacional filipino Jose Rizal ficou preso antes de ser executado pelos espanhóis por ser um dos líderes da Revolução das Filipinas.

Muitas prisões e mortes também aconteceram aqui nesse lugar, tanto pelas mãos do Império Espanhol como também pelas mãos dos japoneses durante a Segunda Guerra Mundial.

Continuando o passeio pelo forte, estava andando em volta da Plaza Armas quando vi um guarda do forte usando um uniforme que me chamou muita atenção. Acho que por causa do chapéu e os acessórios de couro meio estilo cangaceiro, logico que eu não perdi a oportunidade para fazer uma foto!

As pegadas em bronze em volta da praça representam o caminho que o prisioneiro mais famoso do forte, o herói filipino Jose Rizal, fez até o seu local de execução. No meio da praça há uma estátua em sua homenagem.

Tirei um pouco mais de uma hora para explorar cada cantinho do forte, andar pelas ruínas, curtir a calmaria do lugar em meio a loucura da cidade. A próxima parada no forte foi na Falsabraga de Santa Barbara, daqui é possível ter uma vista bem bacana para o rio Pasig e a região de Binodo, que fica do outro lado do rio.

Apesar de ter sido bastante danificado durante a Segunda Guerra Mundial, hoje em dia o Forte Santiago está se recuperando aos poucos. O ponto positivo de ter vindo até aqui foi poder conhecer um pouco mais da história do país.

San Augustin Church

Outro ponto de interesse imperdível na região de Intramuros é a centenária igreja de San Augustin. Construída no ano de 1606, essa igreja é uma herança deixada pelos espanhóis, que já sobreviveu desastres ambientais, guerras e se encontra ainda de pé. A aparência meio desgastada, não é por menos, pois essa é a igreja mais antiga de toda Filipinas.

A arquitetura da igreja é feita no estilo barroco europeu porém construída com materiais locais e pelas mãos de artesões chineses e filipinos. Por esse motivo a igreja de San Augustin foi tombada como patrimônio histórico cultural da UNESCO em 1993.

Miguel López de Legazpi, o conquistador espanhol, foi o primeiro governador-geral espanhol das Filipinas e também quem fundou a cidade fortaleza de Intramuros. Ele está enterrado dentro da igreja, em uma tumba próximo ao altar. Ao lado da igreja tem também um museu com uma coleção de artefatos eclesiásticos que vai desde a era colonial espanhola até os dias atuais.

San Augustin Church, Intramuros, Manila
Igreja San Augustin em Intramuros, Manila.

Catedral De Manila

Ainda continuando no passeio a pé pela região de Intramuros, fui conferir a Catedral de Manila, outro ponto de interesse imperdível da capital das Filipinas. Ela foi construída em homenagem à Virgem Maria, a padroeira do país.

Também conhecida como Catedral da Imaculada Conceição, esse local de culto existe pelo menos desde 1571. Essa é a oitava catedral nesse local, tendo sido concluída em 1958. As outras que existiram aqui foram ao chão por diversos motivos – ou queimadas, ou destruídas por terremotos ou bombardeadas nas guerras.

Lá dentro eu gostei de ter visto uma imagem da Nossa Senhora da Boa Viagem. Não só a imagem como também a oração à ela são muito bonitas. Era exatamente o que eu estava precisando naquele momento pra renovar as energias e continuar viajando em paz, depois de mais de 4 meses na estrada.

Palacio Del Gobernador

O Palácio do Governador fica ao lado da Catedral de Manila, em frente a Plaza Roma. Antigamente essa praça já foi o centro político, econômico e religioso das Filipinas. No centro da praça tem um monumento ao rei Carlos IV da Espanha, essa foi uma homenagem do governo colonial espanhol ao rei por ele ter enviado para as Filipinas uma remessa de vacinas contra varíola.

O Palácio do Governador foi construído no final da década de 1970 no mesmo local onde antigamente ficava a residência oficial do governador-geral espanhol, que foi destruída por um terremoto em 1863. Hoje em dia aqui se encontra o órgão administrativo de Intramuros.

Palacio del Gobernador, Manila
Palácio do Governador, em Intramuros, Manila.

Rizal Park

Continuando o passeio a pé pelo centro da capital Manila, foi hora de sair de Intramuros e me aventurar em outras partes da cidade. A próxima parada foi no Rizal Park que também e chamado de Luneta Park. Esse parque fica na região de Ermita, bem ao lado de Intramuros.

O Rizal Park é considerado um dos maiores parques urbanos do Sudeste Asiático. Várias atrações estão concentradas aqui, como por exemplo: o Museu de Antropologia, o Museu da História Natural, o Planetário Nacional, a Biblioteca Nacional das Filipinas assim como vários jardins temáticos, fontes, restaurantes e etc.

No centro do parque fica o monumento Rizal Monument, um obelisco com uma estátua de bronze em cima de uma base de pedra. O monumento é uma homenagem ao herói nacional, Jose Rizal. Uns 100 metros ao lado desse monumento fica o exato local onde ele foi executado. O acesso a essa área do parque estava fechada no dia em que eu estava aqui, só deu para ver a parte de trás do monumento com uma enorme bandeira das Filipinas de fundo.

Eu quase não vi turistas aqui, mas o que mais me chamou atenção foi a quantidade de locais nesse parque. O parque estava lotado de famílias filipinas, crianças brincando e correndo para todos os lados, casais passeando e fazendo pic-nic.

Teve uma hora que eu estava sentada em um banco, olhando para os prédios modernos ao redor do parque quando duas garotinhas de uns 7 anos vieram pedir para que eu tirasse foto com elas. Claro que eu topei na hora!

Luneta Park, Manila
Garotinhas filipinas pediram pra tirar uma foto comigo, no Rizal Park em Manila.

Outro monumento localizado no centro do parque é a Estátua da Sentinela da Liberdade ou também conhecido como Lapu-Lapu Monument. Lapu-Lapu foi um grande guerreiro filipino que viveu na ilha de Mactan e como chefe do povo teve um papel muito importante na luta contra a colonização estrangeira.

Os filipinos o consideram o primeiro herói nacional, pois ele foi o primeiro nativo a resistir a colonização imperial espanhola. Ele é conhecido principalmente pela Batalha de Mactan, onde ele e seus soldados derrotaram o explorador português Ferdinand Magellan, que foi morto em batalha. Com isso, Lapu-Lapu conseguiu atrasar a ocupação espanhola em mais de 40 anos.

Lapu-Lapu monument
Lapu-Lapu Monument no Rizal Park, em Manila.

Esse monumento é uma homenagem muito bonita ao guerreiro Lapu-Lapu, pois não o mostra em batalha. Mas o mostra como herói em guarda, seu rosto transmite força e coragem, sua postura demonstra poder e vigilância.

Como o ex-secretário do ministério do turismo, Richard Gordon, muito bem colocou: “A intenção desse monumento é transmitir a mensagem de que o filipino é um ‘homem de paz’ mas está pronto para proteger o seu território e o seu povo se ameaçado.

Quiapo Market

Depois de ter conhecido um pouco da região de Intramuros e da região de Ermita, eu peguei uma kalesa logo em frente ao Rizal Park para ir conhecer um pouco do bairro de Quiapo. Pois era nesse bairro fica uma das igrejas mais importantes pro povo filipino e por isso eu fazia muita questão de ir conhecer. Acho que são poucos os turistas que se aventuram por esse bairro.

O cara que tava dirigindo a kalesa nos deixou no meio do viaduto, apontando para uma igreja logo em frente. Fui caminhando até lá e já de cara notei que tinha algo errado. Era uma igrejinha bem simples e pequena. Fui perguntar para o segurança se aquela era a igreja do nazareno negro. Ele disse que não, que estávamos na igreja Santa Cruz, porém que a igreja que eu procurava ficava uns 5 minutos de caminhada dali.

Foi aí que atravessei a feira de rua de Quiapo, conhecida como Carriedo Flea Market. A sensação foi bem parecida a de estar atravessando a 25 de março em São Paulo em um final de semana lotado.

São dezenas de barracas enfileiradas no meio da rua, vendendo ervas diversas, velas coloridas, tudo quanto é tipo de cura alternativa. Uma explosão de cores, aromas, barulho e por causa da multidão e da bagunça, me pareceu ser um lugar meio perigoso.

Em seguida fui até a Plaza Miranda que fica logo em frente a igreja de Quiapo. Aqui eu encontrei mais um monte de barracas vendendo tudo quanto é tipo de bugigangas. Muita gente e muita muvuca. Eu tive que ficar muito atenta pois acho que é uma área perfeita para os batedores de carteira.

Quiapo market, Manila
Quaipo market em Manila, Filipinas.

Quiapo Church

A igreja de Quiapo também é conhecida como a Basílica do Nazareno Negro. A imagem em tamanho real do cristo negro ajoelhado e carregando uma cruz, foi trazida pela primeira vez para Quiapo em 1767. O povo filipino considera essa uma imagem milagrosa.

Três vezes ao ano milhares de pessoas participam da procissão do Nazareno Negro, que é considerada uma das maiores procissões do mundo.

Quando eu cheguei na igreja estava tendo uma missa. A igreja estava absolutamente lotada, não tinha nem como andar pelos corredores. Eram tantos fiéis concentrados em um só espaço, foi coisa mais linda de se ver. Fiquei até emocionada por estar visitando um lugar tão importante para os filipinos. Foi um dos melhores momentos que vivi em Manila.

Consegui tirar uma foto acredito eu que de uma réplica da imagem original do nazareno negro que fica em uma das entradas da igreja, sem saber que fotos nesse local não são permitidas. Mas logo esse senhor da foto abaixo chamou minha atenção e pediu pra que eu não tirasse mais fotos.

Essa é única recordação que eu tenho da igreja, pois do lado de fora não consegui fazer foto nenhuma. A região ao redor da igreja estava lotada e por sermos os únicos turistas no local me senti sendo assistida pelos espertinhos de plantão que pareciam só esperar um descuido nosso.

Igreja de Quiapo, nas Filipinas.
Igreja do Nazareno Negro em Quiapo em Manila.

Restaurantes Em Manila

Kenny Rogers Roasters

Esse é um restaurante estilo fastfood que fica bem pertinho do hotel onde eu estava hospedada em Makati. Andando pelo bairro eu passei em frente alguns locais pra comer, mas foi esse o que mais que chamou atenção. Por ser um restaurante grande, cheio de mesas e bem iluminado. Lembra um pouco o restaurante Nando’s que eu adoro ir em Londres. Pude notar que a galera que frequenta esse restaurante parecem ser pessoas de negócios que trabalham nos escritórios da região.

Como o próprio nome já diz, a maioria dos pratos aqui são feitos com frango. Particularmente, achei a comida gostosa. Tanto pela proximidade do hotel como pela facilidade de pedir a comida direto no caixa, eu acabei vindo almoçar e jantar aqui algumas vezes. Vi no site que eles tem franquias em outras cidades do Sudeste Asiático. Vale a pena dar uma conferida caso você esteja procurando uma opção.

Starbucks

Quando eu viajo eu tento sempre comer em restaurantes locais, mas a região de Makati é o distrito financeiro da Metro Manila então por isso essa região deve receber muitos turistas estrangeiros que estão nas Filipinas à negócio. Quando é assim, geralmente é mais comum encontrar redes de restaurantes e cafés internacionais.

O lado ruim foi que eu não experimentei comida local, mas o lado bom é que encontrei uma Starbucks que eu adoro. O preço estava mais caro do que se comparado com os preços da Europa. Mas dá pra entender os motivos, né? Starbucks aqui é coisa de rico ou de estrangeiro.

Ao chegar no café, uma coisa me chamou muita atenção – tinha um guarda na porta segurando uma metralhadora. Ataques terroristas nas Filipinas são relativamente comuns. Mas vou confessar que apesar da tensão toda de ter um guarda armado até os dentes ao meu lado, foi bom demais comer um misto quente do jeitinho que eu gosto acompanhado de um delicioso bolo de chocolate.

Hospedagem Em Manila

Red Planet Makati

Como eu já mencionei logo acima nesse post, eu fiquei duas noites hospedada em Makati. Escolhi esse distrito pois li muita coisa ruim de Manila, que era perigoso e tal. Então como Makati é o distrito financeiro da Metro Manila, achei que seria uma boa escolha pois pelo menos seria um local mais moderno e mais seguro.

Nesse ponto eu estava certa. Mas por outro lado, não foi tao bom assim ter ficado aqui pois é bem distante do centro de Manila, onde ficam os principais pontos turísticos. Eu tive muita dificuldade para ir de um lugar ao outro. Dito isso, se hoje eu voltasse para Manila eu ficaria hospedada em Intramuros ou alguma região ali perto como o bairro de Ermita.

Tirando isso, eu gostei do hotel não tenho o que reclamar. Eu já havia ficado em um hotel da mesma rede na cidade de Cebu. Então como eu já conhecia e já tinha gostado da estadia anterior, acabei reservando esse em Makati. Vale a pena conferir os preços e outros endereços pois é uma rede de hotéis relativamente grande nas Filipinas.

Manila, Ir Ou Não Ir?

Na minha opinião, se você está indo para Manila de maneira independente e pretende fazer um passeio turístico sem guia por lá, você tem que estar muito bem preparado. Eu já viajei bastante e já vivi muita coisa, mas mesmo assim, ao chegar em Manila, eu diria que foi meio difícil me virar por lá.

Mas apesar de todos os contratempos eu adorei ter conhecido essa cidade e consequentemente ter aprendido um pouco mais da história através da minha estadia aqui. Gosto também do fato de eu ser uma das poucas pessoas que eu conheço que já foi pra Manila.

Mas uma coisa que eu não posso fazer é te sugerir que você vá e nem que você não vá. O que funciona pra mim, pode não funcionar pra você. Sou um pouco teimosa, mesmo se alguém falar pra não ir pra um lugar porque não vale a pena, eu vou.

Eu gosto de ir, ver com meus próprios olhos e tirar as minhas próprias conclusões. Então eu aconselho que você aprenda a fazer o mesmo, assim você não perde as oportunidades da vida. Se eu voltaria pra Manila em uma próxima viagem às Filipinas? Isso só quem sabe é o destino!

Veja todos os posts das Filipinas no Mais um Destino.

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2 comentários em “Manila, a caótica capital das Filipinas”

  1. Manila como muitas metrópoles parece que o tempo é curto e muitas delas não tem o tempo e nem a atenção que os os turistas necessitam, e então a melhor opção é de conhecer as cidades mais tranquilas como as ilhas das Filipinas.

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