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3 dias em Deli: dicas, atrações, restaurantes e mais!

Tem uma frase que diz “Não é você quem escolhe quando ir para a Índia. É ela quem te escolhe.” Eu tive a sorte grande de ter sido escolhida por ela. Passei anos sonhando com essa viagem, pois a Índia é um país que sempre me despertou muito interesse. A ocasião da minha viagem não poderia ter sido mais especial: foi o meu presente de aniversário de 30 anos pra mim mesma! Essa viagem dos meus sonhos teve início em Deli, a capital do país. Das 3 semanas que viajei pela Índia, fiquei 3 dias em Deli. Deu pra conhecer alguns dos principais pontos turísticos e outros tantos que estavam na minha lista, mas já adianto que certamente eu ficaria pelo menos uns cinco dias ou mais, fácil fácil!

Tumba de Humayun, Humayun’s Tomb, Nova Deli
Deli, Índia.

Deli é uma das cidades que compõem o famoso Triângulo Dourado (Golden Triangle) da Índia. Esse triângulo é formado por Deli, a capital da Índia; pela cidade de Agra, onde fica o Taj Mahal; e a cidade rosa de Jaipur, a capital do estado do Rajastão. Esse é um roteiro básico e o mais comum dos turistas que visitam a Índia, principalmente se estão indo pela primeira vez ou se estão indo com poucos dias.

A Índia não é um daqueles países que você simplesmente acorda um belo dia e decide viajar para lá. No mínimo você deve ter um sonho antigo ou algum tipo de conexão. O meu sonho de visitar a Índia é recente, surgiu mais ou menos uns 2 anos atrás. Porém ganhou mais força no ano passado, quando eu estava planejando onde gostaria comemorar meus 30 anos de idade. Uma data dessas merece uma celebração especial. Como eu amo viajar, queria conhecer um país que fosse especial para mim.

Eu sempre me identifiquei com alguns aspectos da cultura indiana. Pra ser mais específica: eu amo as roupas estilo indianas, adoro os incensos de tudo quanto é cheiro, admiro alguns ensinamentos da religião hindu e do livro Veda, sou praticante de yoga nas horas vagas e as músicas indianas me fazem fechar os olhos e sair dançando por aí como se meu corpo tivesse vontade própria.

Há alguns anos fiz uma escala no aeroporto de Mumbai. Não tive tempo de sair de lá de dentro para conhecer a cidade mas ali mesmo notei alguns fatos curiosos desse país incrível. Por exemplo: me deparei pela primeira vez com um banheiro sem privada! Só tinha um buraco no chão e um balde de água do lado. Isso porque eu estava no aeroporto, hein? Em seguida fui trocar de terminal. Peguei o ônibus do aeroporto que de tão velho eu me perguntava como ainda estava funcionando. Também fiquei surpresa quando vi os funcionários do McDonald’s usando sandálias. Imaginei como seria viajar por aquele país, já que passar umas horinhas no aeroporto foi uma grande aventura.

Pra minha sorte, 5 anos depois desse meu primeiro contato real com a Índia fazendo essa conexão no aeroporto de Mumbai, cá estava eu voltando para passar 3 semanas viajando pelo país. Como eu amo essas voltas que a vida dá. Como eu amo que o universo sabe certinho quais são e como realizar os maiores desejos dos nossos corações.

Nesse artigo você vai encontrar:
1. Por que escolhi viajar para a Índia?
2. Como planejei a viagem?
3. Sobre Deli
4. Roteiro » Dia 1
5. Roteiro » Dia 2
6. Roteiro » Dia 3
7. Restaurantes em Deli
8. Hospedagem em Deli

1. Por Que Escolhi Viajar Para A Índia?

Vou começar o post respondendo essa pergunta, pois foi a pergunta que as pessoas mais me faziam o tempo todo. Inclusive, durante minha viagem alguns amigos ao verem minhas fotos no Facebook me perguntavam espantados: “Nádia, o que é que você está fazendo aí?!” Pois deixa eu tentar explicar.

Durante meu mochilão pela Ásia conheci vários viajantes do mundo todo que tinham visitado a Índia. Eles me contaram suas histórias e perrengues por esse país e eu ouvia todos os detalhes atentamente. De todas as histórias, a que mais me fascinou foi a de um casal de Alagoas. Eles me contaram como foi a experiência de dormir no deserto bem pertinho da fronteira com o Paquistão, embaixo de um céu estrelado como nunca haviam visto antes. Foi deles que ouvi pela primeira vez a frase: “Ao mesmo tempo que você ama, você odeia a Índia”. Fiquei com aquela frase na cabeça desde então. Que a Índia devia ser um país fantástico com uma cultura riquíssima mas que a jornada não seria nada fácil.

Entretanto, lembro exatamente o momento que meu coração escolheu esse país. Foi em um passeio na Caverna Batu próximo à Kuala Lumpur na Malásia. O local abriga um templo hindu dentro de uma caverna espetacular, muito popular entre os indianos.

Vi um garoto bem jovem que devia ter seus 17 anos, vestido em roupas tradicionais, com pinturas na testa e pelo corpo, cheio de adereços, carregando o que parecia ser uma oferenda nas mãos, indo em direção ao templo e sua família caminhando logo atrás. Ele estava tão concentrado no que estava fazendo, seus olhos e sua postura eram de como se não houvesse ninguém à sua volta. Naquele momento, era somente ele e sua fé. Eu lembro como se fosse hoje a devoção daquele rapaz. Foi ali que me emocionei pela primeira vez pela Índia e eu ouvi o chamado para ir visitar esse país.

Garoto e família caminham até o templo hindu na Caverna Batu, na Malásia.
Garoto e família caminham até o templo hindu dentro da Caverna Batu, na Malásia.

2. Como Planejei A Viagem?

Depois de escolher o país foi hora de começar o planejamento da viagem. Pesquisei por meses todas as cidades, os roteiros, os locais que gostaria de visitar, os vistos, as vacinas, as passagens e etc. Planejei absolutamente tudo por conta própria, não vou dizer que foi uma tarefa fácil mas eu gosto muito desse processo antes da viagem.

Depois foi a hora de pedir férias no trabalho. O que também foi difícil pois geralmente no meu trabalho ninguém consegue tirar férias por mais de duas semanas seguidas. Mas conversa vai e conversa vem, consegui convencê-los de que a data era muito importante e nesse caso eu teria que celebrar de uma forma muito especial.

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Roteiro de 3 dias em Jaipur, a Cidade Rosa da Índia
Roteiro de 3 semanas pelo norte da Índia

Marquei a viagem para o final de agosto, época das moções principalmente no sul do país. Um pouco antes da viagem eu vi diversas notícias na internet sobre os alagamentos e as tempestades que estavam acontecendo na região sul do país, principalmente nos estados de Goa e Kerala.

Então eu decidi usar as 3 semanas que ficaria no país para explorar o norte. Não adianta, a Índia é um país muito grande e com muitos lugares incríveis pra conhecer. Acho que eu precisaria de meses pra poder conhecer o país do jeito que eu gostaria. Um dia eu ainda vou morar na Índia, anota o que eu estou te falando.

Depois de 14 horas de viagem de Londres à Índia, com direito a conexão em Dubai, cheguei no Aeroporto Internacional Indira Gandhi (DEL) localizado no distrito New Delhi em Deli, cidade que eu escolhi para ser o meu ponto de entrada e de saída no país. Esse é o aeroporto mais movimentado da Índia.

Eu já estava com o visto em mãos pois havia aplicado com antecedência pela internet. Foi ao chegar nos guichês de imigração que caiu a ficha de que ao passar por aqueles portões eu estaria finalmente começando uma viagem inesquecível. Fiquei encantada com a instalação Mesmerizing Mudras, ou seja, as mãos fazendo gestos que é um aspecto da cultura indiana que a gente encontra no yoga, na dança e nas artes visuais.

Mesmerizing Mudras no aeroporto internacional Indira Ghandi em Deli.
Mesmerizing Mudras no aeroporto internacional Indira Ghandi em Deli.

3. Sobre Deli

A Índia é o 7° maior país do mundo e possui a 2ª maior população mundial. Isso são alguns dos fatores que faz dela um país tão vasto quanto variado. É comum ouvir por aí que nem uma vida inteira seria suficiente para conhecer a Índia. Então na hora de montar um roteiro sozinho, é normal a gente se perguntar: E agora, por onde eu começo?

Eu decidi começar pela capital Deli ou como também é conhecida National Capital Territory (NCT), pois as capitais são geralmente onde se encontram os principais pontos turísticos, como também as melhores opções de transporte para se locomover pelo país.

Banhada pelas águas do rio Yamuna, a gente pode dizer que Deli é na verdade dividida em duas partes principais. Tem a Old Delhi, que é mais antiga e histórica por ter sido a capital de dois grandes impérios: o Sultanato de Deli e o Império Mogol; e a New Delhi, que é mais nova e cosmopolita, foi construída em 1947 para ser a capital da Índia Britânica e continuou sendo a capital após a independência da Índia.

Desde o início do século 13 até meados do século 19, Deli foi a capital de dois grandes impérios, o sultanato de Deli e o Império Mogol, assim como também mais recentemente capital do Raj Britânico. Então as heranças deixadas na cultura, na arquitetura e em diversos aspectos da cidade são complexas e riquíssimas.

Em Deli a gente encontra 3 patrimônios da UNESCO: Qutub Minar, o minarete de tijolos mais alto do mundo; o fascinante túmulo do imperador mogol Humayun; e o histórico Forte Vermelho, que serviu de residência para diversos imperadores mogols.

Na pesquisa que fiz sobre Deli antes da viagem notei que além de ser uma cidade grande, tem muita coisa pra fazer. Nos meus 3 dias em Deli, tentei incluir um pouco de tudo no meu roteiro: teve patrimônios da UNESCO, templos, feirinhas de rua, lojas, prédios governamentais e monumentos históricos. Programei 3 dias em Deli, mas certamente passaria uns 5 dias ou até mais.

Elefante no trânsito na capital Deli, Índia
Elefante no trânsito! Uma cena incomum para mim, mas comum para os indianos.

4. Roteiro em Deli » Dia 1

Cheguei em Deli pela manhã, após ter passado a noite toda viajando. Peguei um táxi do aeroporto até o hotel que havia reservado no bairro Paharganj no distrito Central Delhi. Só fiz o check-in, deixei a mochila, tomei um banho e mesmo depois de 14 horas de viagem, fui direto aproveitar o resto do dia pela cidade. No primeiro dia conheci 2 dos principais templos de Deli.

Templo Akshardham

O templo Akshardham fica no distrito Central Delhi porém do outro lado do rio Yamuna. Esse era um dos templos que eu mais queria conhecer em Deli por conta da sua arquitetura fascinante e por ser um dos maiores templos hindu no mundo. Como cheguei no domingo e ele é fechado às segundas-feiras, peguei um Uber do hotel e vim direto pra cá.

Como em quase todos os templos da Índia, assim que a gente chega tem que deixar os pertences em um armário, só pode entrar com dinheiro e documentos. Então pode esquecer as fotos e os stories no Instagram, pois celular e câmera são estritamente proibidos aqui. Logo depois de comprar o bilhete existem duas filas diferentes para passar pelos detectores de metais: uma para homens e outra para mulheres. Depois vi que isso é bem comum na Índia, tanto as filas separadas quanto os detectores de metais.

O templo é relativamente novo, foi inaugurado em novembro de 2005. Apesar de ser novo, sua história e fatos refletem mais de 10 mil anos da cultura indiana. Mais de 8 mil voluntários do mundo todo participaram na sua construção, que ficou pronta em apenas 5 anos. Akshardham significa ‘morada divina de Deus’.

A visita a esse complexo é na verdade uma grande experiência. Começamos pelo Swagatam, a entrada que também é chamada de As Boas-Vindas. Passamos pelos 10 portões que simbolizam as 10 direções descritas na cultura indiana, que por sua vez refletem o sentimento de aceitar o bom que vem de todas as direções.

Logo depois passamos por um salão com uma pequena exposição da cultura tradicional hindu e indiana. A saída dessa galeria dá direto ao pátio central onde se encontra o Charnarvind, em inglês Holy Footprints ou em português as Pegadas Sagradas. Essa é uma grande réplica em mármore das pegadas sagradas de Bhagwan Swaminarayan (1781-1830 d.C.), a quem o templo é dedicado.

Mandir Akshardham, Deli
Templo Akshardham, Deli. (Foto retirada desse site)

No coração do complexo está o mandir (templo hindu) Akshardham, todo esculpido em arenito vermelho. Assim que vi o templo fiquei encantada, ele era ainda maior e mais bonito do que eu imaginava. O que mais impressionou foi o seu tamanho e a quantidade de detalhes esculpidos em sua estrutura. São mais de 20 mil estátuas de personalidades espirituais do hinduísmo indiano, elementos da fauna, flora, dançarinos, músicos e divindades.

O complexo também conta com 2 jardins temáticos para deixar a experiência do visitante mais prazerosa. O que mais me chamou a atenção foi o Yogi Hriday Kamal ou Lotus Garden. Como o próprio nome já diz, esse é um jardim em formato da flor de lótus em que cada pétala reflete os sentimentos de aprender com todos e fazer o bem para todos.

Por fim, uma última atração que você consegue ver dependendo da hora do dia em que estiver visitando o templo, é o Sahaj Anand ou Water Show. Esse é um show de luzes e água que acontece em uma parte do complexo chamada Arena, onde a fonte central tem o desenho de 9 flores de lótus, que é uma réplica de um formato utilizado em cerimônias sagradas hindu.

Infelizmente não pude ficar para o show, pois o meu tempo na cidade era curto e eu tinha que pegar o Uber para a próxima atração. Mas eu amei ter conhecido esse templo e através dele, ter descoberto um pouco mais sobre a cultura, a arquitetura e diversos aspectos do hinduísmo, religião predominante na Índia.

Templo De Lótus (Bahá’í House Of Worship)

O Templo Bahá’í era outro que eu fazia muita questão de conhecer devido seu formato excêntrico e seu significado. Como esse templo também é fechado às segundas-feiras, fiz questão de incluir no roteiro quando cheguei no domingo. Foram 20 minutos de Uber do templo Akshardham até Connaught Place onde almocei, em seguida mais meia hora de Uber de Connaught Place até o Templo Bahá’í no distrito South East Deli. Logisticamente, talvez você pode montar um roteiro um pouco diferente do meu com atrações mais próximas no mesmo dia, mas no meu caso teve que ser assim.

Assim que chegamos a fila para entrar no templo estava quilométrica, dobrando quarteirões do lado de fora. Mas mesmo assim eu decidi encarar pois lógico que eu não ia perder essa oportunidade. Fiz a escolha certa, pois a fila andou rapidinho mesmo com uma galera cortando na caruda. Era tão engraçado que eu não conseguia nem reclamar. Sem contar que talvez eu era a única turista estrangeira ali no meio de todo mundo.

Templo de Lótus na Índia, Templo Bahá'í
Templo Bahá’í, mais conhecido como Templo de Lótus, em uma tarde ensolarada de domingo.

O Bahá’í House Of Worship também é conhecido como Templo de Lótus por causa do seu formato em flor de lótus. Essa flor é um símbolo de beleza, pureza e divindade. São um total de 27 pétalas de concreto arranjadas em grupos de 3 para formar os 9 lados da flor.

A construção ficou pronta no ano de 1986 e é tão impressionante que rapidamente se tornou uma atração mundialmente famosa além de ter ganhado vários prêmios de arquitetura. Desde o ano 2014, o templo foi incluído na Lista Provisória de Patrimônios da UNESCO, por ser uma obra arquitetônica moderna e também por causa de seu simbolismo para a promoção da harmonia da humanidade.

A fé Bahá’í é relativamente nova, tendo sido fundada no século 19 na região do Irã e Iraque. Fundamentalmente, os principais princípios dessa fé são a unidade de Deus, a unidade de todas as religiões e a unidade da humanidade. Por esse motivo, pessoas de todas as crenças são bem-vindas para entrarem e oferecerem suas orações silenciosas, lado a lado, ao único Criador de toda a humanidade.

Se por fora, o tempo chama atenção pela sua arquitetura moderna, por dentro ele chama a atenção por sua simplicidade. Apenas um pequeno altar sem nenhuma imagem, sem nada, muitas cadeiras em volta. É incrível imaginar que cabem 1300 pessoas do lado de dentro. Infelizmente nao pude tirar fotos, pois apesar de poder carregar comigo a minha bolsa e os meus pertences, fotos não são permitidas na parte interna do templo.

Bairro Paharganj

No final da tarde, após a visita aos templos, voltei para o hotel para procurar um lugar por perto pra jantar. Eu escolhi ficar hospedada no distrito Central Delhi no bairro Paharganj que por si só já é uma atração turística. Eu falo um pouco mais sobre o hotel aqui, mas antes quero falar um pouco sobre o bairro em si.

Paharganj é o gueto da Índia. Conhecido por ser simples, por ser bem antigo, local de muitos comércios, um pouco sujo, um pouco desorganizado e consequentemente onde ficam as acomodações mais baratas. Perfeito pra quem está com o orçamento apertado, que era meu caso. Fiquei hospedada na mesma rua de uma das saídas da estação central de trens de Nova Deli, mais central que isso quase impossível. É como se fosse ir pra São Paulo e se hospedar do lado da Praça da Sé.

A localização central, o preço acessível e a fama entre os mochileiros, foram alguns dos motivos que me fizeram escolher ficar hospedada aqui. Nos bairros de mochileiros do Sudeste Asiático, por exemplo, você realmente só encontra mochileiros e o comércio todo aos arredores é voltado pro turismo.

Aqui em Paharganj não é bem assim. Quase não vi mochileiros por aqui e muito menos restaurantes voltados para o turista estrangeiro. Aqui foi o único lugar na Índia toda que eu vi pedintes, pra minha surpresa não vi nenhum pedinte em nenhuma outra cidade.

Mas apesar de todo o caos, gostei muito da experiência de ter ficado aqui. Pois se eu não tivesse ficado em Paharganj, talvez não teria conhecido essa Deli. Depois dessa experiência eu digo que não me hospedaria aqui novamente. Se um dia voltar à Deli vou procurar algum hotel na região de Connaught Place, por ser um pouco mais moderno e com melhores opções de acomodações e restaurantes.

5. Roteiro Em Deli » Dia 2

No meu segundo dia em Deli aproveitei para explorar alguns lugares no distrito Old Delhi, uma área mais histórica da cidade por ter sido a capital de dois grandes impérios: o Sultanato de Deli e o Império Mogol. Foi onde visitei uma mesquita e uma importante rua de comércio. Em seguida fiz um passeio no distrito Central Delhi, pela agradável área de Connaught Place e alguns de seus pontos turísticos. Por fim, visitei a área onde se encontram alguns prédios governamentais em New Delhi.

Logisticamente falando, visitei muitos lugares para um só dia. Mas conforme o dia foi passando e as coisas acontecendo, tive que fazer uns ajustes no meu roteiro que estava mais enxuto. O dia começou com uma bela surpresa: ao pedir o Uber no hotel um Uber riquixá motorizado (mais conhecido como tuk-tuk) veio me buscar. Coisas que só acontecem quando você está na Índia.

Bairro Old Delhi

Esse bairro é simplesmente a cara da Índia. Tudo que eu imaginava que seria a Índia se materializou aqui em Old Delhi. O labirinto de ruas estreitas são tomadas pelo comércio, pela agitação das multidões, pelo aroma das comidas de rua, pelo intenso barulho das buzinas, pelo trânsito caótico, pela sujeira e bagunça que definem esse lugar. É uma verdadeira festa para os sentidos.

Decidi explorar as ruas da Velha Deli a pé sem guia local (o que talvez teria sido uma boa ideia), seguindo simplesmente o rumo que me dessa na telha. Mas encontrei harmonia no caos, cada esquina que virava era uma nova descoberta. Pelo caminho encontrei casarões antigos em péssimo estado de conservação que contam tantas histórias, eu fiquei imaginando as famílias que já moraram e ainda moram por aqui.

Vi gente cortando cabelo no meio da rua. Vi gente tirando uma soneca no chão das lojas. Vi macacos pulando de poste em poste. Isso porque os postes das ruas são tão abarrotados de fios que chega causar espanto. Olha, eu achava que já tinha visto um poste cheio de gato no Brasil, mas para padrões indianos os do Brasil são fichinha. As pessoas me olhavam muito mas isso não me incomodou em nenhum momento pois era um olhar inocente de curiosidade.

Andar sem rumo pelas ruas da Velha Deli foi uma das experiências mais incríveis que vivi aqui na Índia. Pra mim o mais interessante mesmo foi observar o dia-a-dia nas ruas da antiga Deli. Não me senti insegura, muito pelo contrário, foi diversão do começo ao fim. Com certeza um passeio por aqui é algo que não deve ficar de fora do seu roteiro.

Mesquita Jama Masjid

Continuando meu passeio ainda na região de Old Delhi, segui para conhecer esse que é um dos cartões postais da cidade, a mesquita Jama Masjid. Considerada a segunda mesquita maior da Índia e a mais antiga de Deli, o que faz dela um local imperdível em qualquer visita à Deli.

Construída entre os anos de 1650 a 1656 à mando do imperador mogol Shah Jahan, o mesmo imperador que mandou construir o Taj Mahal. Essa mesquita é também um exemplo da impressionante arquitetura mogol. Jama Masjid em árabe significa ‘mesquita da sexta-feira’, então tradicionalmente esse é o lugar que os muçulmanos da cidade se reúnem às sextas-feiras para orações.

Nahdika na mesquita Jama Masjid em Deli
Magnífica mesquita Jama Masjid em Deli.

O pátio principal tem capacidade para aproximadamente 20 mil fiéis e pessoas de qualquer religião podem visitar. Porém, a entrada na parte interna da mesquita só é permitida à muçulmanos. Mas uma coisa que dá para a gente fazer é subir em uma das torres pra admirar a vista da Velha Deli lá de cima.

Com relação as minhas vestimentas, eu estava usando uma camiseta que cobria os ombros e um shorts-saia abaixo do joelho, mas mesmo assim tive que colocar um roupão que eles me emprestaram na entrada da mesquita. Assim que entrei no pátio fiquei embasbacada! Esse é um local de culto completamente diferente de todos que eu já vi na vida e um dos mais bonitos também.

A maioria dos turistas aqui são indianos. A gente até vê turistas estrangeiros mas são tantos indianos que praticamente os estrangeiros desaparecem, se perdem no meio da multidão. O mais engraçado é que toda hora me pediam para tirar ‘selfies’ comigo. As vezes ficava até difícil de conhecer o lugar, por conta de tanta gente pedindo selfie. Isso não aconteceu só aqui, mas em toda a Índia. Eu achava um barato, sempre aceitava fazer as fotos e inclusive acho uma ótima maneira de interagir com os locais.

Chandni Chowk Market

Você quer mergulhar de cabeça em uma experiência completa na Índia? Esse é o lugar. Chandni Chowk, um mercado do século 17, é um dos principais e mais famosos locais de compras em Deli. Localizado no coração da Old Delhi, é por esses becos aglomerados, vielas tortuosas e lojas minúsculas que você vai encontrar todos os tipos de mercadorias.

O Chandni Chowk existe há mais de 3 séculos, e está dividido em vários mercados menores que são famosos e dedicados à venda de coisas específicas. Por exemplo: a famosa rua Nai Sarak é especializada em livros escolares e universitários; o Dariba Kalan é especializado em joias de prata; o Khari Baoli é especializado em todo o tipo de especiarias e ervas aromáticas; o Kinari Bazar vende enfeites, tecidos e bordados para casamentos; o Katra Neel vende todos os tipos de tecido como seda, algodão e cetim; isso só para citar alguns deles. A Gali Paranthe Wali (a rua do pão frito) é uma rua em Chandni Chowk que vende comida desde os anos 1870.

Assim que eu saí da mesquita, caminhei sem rumo pelo market que fica logo em frente. Passei por diversos bazares de sáris, temperos, livros, cabelereiros ao ar livre e tudo mais que você imaginar. Fui também caminhando até a avenida principal onde fica o antigo Prédio da Prefeitura de Deli (Delhi Town Hall). Hoje em dia, a prefeitura se mudou para um prédio mais novo, mas esse prédio virou um marco histórico da cidade.

Adorei a experiência de explorar a pé o Chandni Chowk, mas confesso que senti falta de ter um guia credenciado pra me contar um pouco mais das curiosidades do local; entrar em todos os cantinhos secretos do market; me levar para experimentar comida de rua em lugares confiáveis e etc. Enfim, esses tipos de coisas que geralmente é preciso estar com um guia de turismo local.

Ainda em Old Delhi, a minha intenção era almoçar no famoso restaurante Karim’s, que tem milhares de avaliações na internet sendo muito recomendado por diversos blogueiros de viagem. Tive que andar bastante por aqueles becos pra achar o tal do restaurante. Até que para minha surpresa encontrei não 1 mas 3 restaurantes com esse mesmo nome. Um ao lado do outro. Um deles era o original, os outros eram falsos. E pra saber qual era o certo? Escolhi o que estava mais cheio, me sentei na mesa, quando de repente vi uma ratazana enorme embaixo da mesa de pratos sujos. Não tive coragem de ficar. Decidi ir embora dali o mais rápido possível. Quem sabe eu tento de novo da próxima vez que vier pra Deli!

Connaught Place

De Old Delhi peguei um riquixá motorizado para Nova Deli para almoçar em Connaught Place, onde já tinha almoçado no dia anterior. Essa é uma área mais turística, onde se encontram alguns restaurantes e lanchonetes internacionais como por exemplo McDonalds, Starbucks e Nando’s, mas também alguns bons restaurantes indianos. Inclusive eu dou a dica de um restaurante indiano bem bacana aqui.

Connaught Place, que agora se chama Rajiv Chowk, apesar do aspecto meio antigo é uma área mais moderna e desenvolvida do que as outras partes de Deli. Isso se deve ao fato de ter sido construída na época do Raj Britânico. Uma curiosidade interessante é que essa pequena parte de Deli que foi construída durante o período britânico passou a ser informalmente conhecida como Lutyens’ Delhi, por causa do nome do arquiteto britânico Sir Edwin Lutyens, que foi responsável por grande parte do projeto arquitetônico dessa área durante o período do Raj Britânico.

Hoje em dia Connaught Place é um importante centro financeiro, comercial e empresarial de Deli. A arquitetura georgiana de Connaught Place foi feita inspirada na Royal Crescent da cidade de Bath, na Inglaterra. No centro há uma pequena praça em formato circular com uma enorme bandeira da Índia, que foi onde eu fiz a foto abaixo. Ao redor da praça, ainda em formato de círculos, ficam importantes avenidas e dois blocos de prédios antigos com grandes colunas pintadas de branco onde ficam hotéis, restaurantes e o comércio da região.

Janpath Market

Pra quem quer fazer compras ou mesmo só pra dar uma caroçada em Deli, na região de Connaught Place tem dois mercados bacanas pra conhecer: o Palika Bazar e o Janpath Market. O Palika Bazar é um dos primeiros mercados subterrâneos da Índia e o Janpath Market é um mercado a céu aberto.

Acho que a gente consegue encontrar quase tudo aqui no Janpath Market. Desde uma variedade de roupas, coloridos saris indianos, bolsas, bijuterias e joias de prata até artesanato, artigos de decoração, tapetes, cerâmicas, estátuas de todas as formas e tamanhos, e por aí vai. Há também algumas livrarias.

Se você gosta de fazer compras, aqui você vai encontrar uns achadinhos bem legais. Ou então mesmo que você não esteja afim de comprar nada, ainda assim dá pra conhecer esse lugar como eu fiz. Pois fui andando da praça central de Connaught Place até o observatório astronômico Jantar Mantar, o Janpath Market fica no meio do caminho.

Observatório Astronômico Jantar Mantar

Fiz uma caminhada de Connaught Place passando pelo Janpath Market até o observatório astronômico Jantar Mantar. Tudo muito pertinho um do outro, coisa de 5 minutos caminhando. Eu estava muito curiosa para conhecer esse lugar, pois não é em toda parte do mundo que encontramos observatórios astronômicos centenários. Além de que esse é um monumento histórico bem preservado e super interessante na história da astronomia.

O observatório astronômico Jantar Mantar de Deli foi construído em 1724 pelo marajá Jai Singh II de Jaipur, que também é responsável pela construção de outros quatro observatórios, sendo eles o de Ujjain, o de Mathara, o de Varanasi e o de Jaipur, sendo esse último o mais famoso deles.

Misra Yantra, observatório astronômico de Deli
Esse instrumento se chama Misra Yantra.

O observatório é composto por 13 instrumentos arquitetônicos que eram utilizados para coletar dados astronômicos, calcular e prever os movimentos da lua, do sol e dos planetas que compõem o sistema solar. Tudo isso a olho nu.

Os 4 principais instrumentos do observatório de Deli são: o Samrat Yantra, que é basicamente um grande relógio de sol que indica horas, minutos e segundos; o Jaya Prakash Yantra, que fornecia as coordenadas de objetos celestes e as coordenadas equatoriais; o Rama Yantra, utilizado para medir a altitude das estrelas com base na latitude e longitude da Terra; e o Misra Yantra, utilizado para medir o dia mais curto e mais longo do ano.

Alguns dos instrumentos estão deteriorados e outros possuem cordões para evitar o acesso do público. Mesmo assim, foi um passeio bem interessante e agradável. Foi bacana também notar como haviam muitas famílias indianas visitando o local, curtindo a tarde ensolarada sentados nas sombras das árvores.

Na saída do observatório fui pegar um tuk-tuk para ir até o templo Bangla Sahib. Combinei o preço com o motorista e já estava dentro do tuk-tuk quando ele me disse que nesse templo eu não poderia entrar sem um lenço cobrindo a cabeça. Eu perguntei se não podia comprar um na entrada do templo, ele disse que não mas que me levaria à um shopping ali pertinho pra que eu pudesse comprar. Estava na cara que ele estava querendo me enganar para me levar até uma loja pra ganhar comissão.

Eu desci do tuk-tuk e agradeci, disse que ia sozinha comprar meu lenço. Ele espantado me perguntou aonde eu estava indo, eu respondi que estava indo logo ali no Janpath Market, pois sabia que essa feirinha ficava ali perto. Foi muito engraçado olhar a reação dele, com certeza não esperava uma resposta dessas de uma turista. Andei 2 minutos e peguei outro tuk-tuk que me levou até o templo e não falou nada de lenço na cabeça.

Gurudwara Sri Bangla Sahib

Na verdade eu nem precisava ter pego um tuk-tuk, pois a distância entre o observatório astronômico e esse gurudwara (templo sikh) levaria uns 10 minutos andando. Logo na frente do gurudwara tem um pequeno comércio com barracas de comida e outras vendendo adivinha o quê? Lenços! Que aquele primeiro motorista de tuk-tuk havia dito que não tinha. Entretanto, preferi caminhar até entrada do gurudwara para ver se realmente era obrigatório cobrir a cabeça para entrar.

Gurudwara Sri Bangla Sahib em Deli
Gurudwara Sri Bangla Sahib

Para entrar no gurudwara é sim necessário cobrir a cabeça, porém logo na entrada tem uns cestos bem grandes cheios de lenços que podemos emprestar para usar e depois devolver, sem pagar nada por isso. Outra coisa, também é preciso guardar os sapatos no guarda-volumes para entrar descalço. Por fim, eles também pedem para as pessoas lavarem as mãos e os pés antes de entrar no gurudwara.

Fundado em 1783, o Sri Bangla Sahib além de ser o principal gurudwara da religião sikh em Deli, é também um dos mais importantes dessa religião em toda a Índia. Um dos destaques do complexo é um reservatório de água conhecido como Sarovar, que é reverenciado pelos fiéis como tendo propriedades curativas. Teria sido onde o Guru Har Krishan Ji mergulhou seus pés sagrados para que todos que tomassem da água se curassem da varíola que se alastrava pela população.

Ainda no mesmo complexo tem uma cozinha comunitária conhecida como Langar, que serve comida de graça o dia inteiro para todas as pessoas independente de sua religião. Como eu tinha acabado de almoçar, não estava com muita fome e acabei não experimentando a comida deles. Mas com certeza é algo que vou querer fazer quando voltar pra Deli. Além disso, no complexo tem também uma escola, uma livraria, um hospital e uma galeria de arte.

Esse é disparado o meu local de culto favorito em Deli. Sabe aqueles lugares com uma energia muito boa que envolve a gente o tempo todo? Tudo aqui me encantou: a arquitetura, as cúpulas de ouro, as cores, as multidões, mas principalmente a cerimônia que estava acontecendo dentro do gurudwara com muita música. Fiquei sentada por alguns minutos lá dentro, simplesmente admirada com tudo ao meu redor, observando os músicos tocando, as pessoas sentadas em silêncio enquanto outras entravam e saíam olhando curiosas. Todo mundo parecia ser bem-vindo e aceito.

Templo Lakshmi Narayan

Em seguida, peguei o tuk-tuk para o terceiro local de culto que visitei no mesmo dia. Pois já tinha ido em uma mesquita na parte da manhã, em um gurudwara sikh na parte da tarde e por último visitei esse templo hindu. Daria pra ter ido a pé pois não ficava longe do lugar que eu estava antes. Mas o tuk-tuk aqui na Índia é tão baratinho, e para economizar tempo pra conseguir conhecer mais lugares, eu decidi usar o tuk-tuk diversas vezes durante o dia.

Logo na entrada do templo tem uma salinha para os visitantes deixarem seus sapatos e pertences em um armário que dá pra trancar e levar a chave. Não é permitido entrar com câmera e nenhum tipo de aparelho eletrônico. Não vai achando que dá para esconder um celular dentro da bolsa, pois os seguranças revistam cada canto da bolsa. Por esse motivo, a melhor (e única) foto que consegui tirar do templo foi do lado de fora, do outro lado da rua.

Templo Lakshmi Narayan em Nova Deli na Índia
Templo Lakshmi Narayan

O templo Lakshmi Narayan foi o primeiro grande templo hindu construído em Deli. Ele também é conhecido como Birla Mandir, por ter sido construído pela família Birla. O templo foi inaugurado em 1939 por Mahatma Gandhi, seguindo o seu pedido de que pessoas de todas as castas e todas as religiões fossem aceitas dentro do templo.

O templo principal é dedicado a Narayan, deus do poder, e Lakshmi, deusa da prosperidade. No altar tem duas imagens desses deuses e em volta existem várias pinturas mostrando passagens da religião hindu. Ao redor desse templo principal ficam outros menores dedicados à Shiva, Ganesha e Hanuman.

O que eu mais gostei foi ver trechos do livro Veda decorando as paredes em um dos templos menores. Os jardins na parte de trás são bem tranquilos, ótimo pra relaxar e curtir a vibe mais tranquila longe do caos das ruas de Deli. Mas além de tudo isso, mesmo que fosse somente pela arquitetura do lugar, a visita já teria valido a pena. Muito incrível e diferente de tudo que já vi por aí.

Parlamento Da Índia (Sansad Bhavan)

Depois de visitar tantos lugares, o final da tarde já estava chegando e o cansaço começando a bater. Mas como eu sabia que o dia seguinte ia ser bem puxado, decidi ainda conhecer a região da sede do poder político da Índia. Eu peguei um tuk-tuk para ir até o hotel, porém pedi para que antes disso o motorista parasse em 3 lugares e ele concordou. A primeira parada foi no Parlamento da Índia, que originalmente recebe o nome de Casas do Parlamento.

Parlamento Indiano em Nova Deli
Parlamento da Índia em Nova Deli. (Foto retirada desse site)

Fundado em 1927 pelos arquitetos britânicos Sir Edwin Lutyens e Sir Herbet Baker, esse edifício fica em uma região conhecida como Lutyens’ Delhi, uma área em Deli com as principais repartições públicas que recebe o nome do arquiteto responsável por grande parte do projeto arquitetônico durante o período do Raj Britânico, Sir Edwin Lutyens. Época em que os britânicos decidiram mudar a capital do seu império indiano de Calcutá para Deli.

Esse impressionante edifício redondo foi inspirado na Grande Stupa de Sanchi – uma das estruturas de pedra mais antigas da Índia; e no Ashoka Chakra – o mesmo símbolo circular encontrado no centro da bandeira indiana. Ele abriga as duas casas do Parlamento da Índia: o Lok Shaba ou Casa do Povo, que é a câmara baixa; e o Rajya Shaba ou o Conselho de Estado, que é a câmara alta do parlamento da Índia. Eu não entrei para visitar por dentro, inclusive nem sei se é possível. Mas fiquei impressionada com a beleza e o tamanho dessa construção.

Palácio Do Presidente (Rashtrapati Bhavan)

Em seguida, pedi para o motorista do tuk-tuk me levar até o Palácio do Presidente da Índia que fica ao lado do parlamento. Aliás, me levar até o mais próximo que eu conseguisse chegar, pois o lugar é todo cheio de portões e seguranças por todos os lados. Inclusive eu nem visitei por dentro, somente pelo lado de fora e mesmo assim tive que passar por detectores de metais.

Fundado em 1929, esse palácio foi construído para o vice-rei, ou seja um oficial representante do monarca durante a época do Raj Britânico, quando a capital estava sendo transferida de Calcutá para Deli. O projeto arquitetônico desse edifício também foi idealizado pelos arquitetos britânicos Sir Edwin Lutyens e Sir Herbet Baker.

Rashtrapati Bhavan, palácio do presidente da Índia
Palácio do presidente da Índia.

Inicialmente se chamava Viceroy’s House, porém em janeiro de 1950 quando Rajendra Prasad se tornou o primeiro presidente da Índia, ele se mudou para o palácio e passou a chamá-lo de Rashtrapati Bhavan, a Casa do Presidente. Considerada uma das maiores residências de presidente no mundo, a mansão possui 4 andares, mais de 340 cômodos e 2.5 km em extensão de corredores internos.

Os dois prédios idênticos adjacentes ao palácio são conhecidos como Bloco Norte e Bloco Sul. Ali ficam alguns dos principais ministérios do país, como o Ministério da Defesa, o Ministério das Relações Exteriores, o Ministério para Assuntos Internos e o Gabinete do Primeiro Ministro. A arquitetura e grandiosidade desses prédios são incríveis, eles viraram marcos históricos da cidade e um dos legados deixados pelos britânicos. A vista para o Rajpath e o Portão da Índia lá de cima é bem bacana, vale a pena conferir.

Rajpath

Lá de cima do pequeno morro Raisina Hill onde fica o Palácio do Presidente temos uma bela vista panorâmica dessa enorme avenida cerimonial que se estende por aproximadamente 3 km de comprimento. Informalmente conhecida como Rajpath, essa é uma das principais avenidas de Deli. O nome dela oficial é Kartavya Path, porém no passado ela era conhecida como Kingsway, o que traduzindo para o português é algo como Caminho do Rei.

Em uma das pontas da Rajpath fica o Palácio do Presidente e na outra ponta fica o monumento India Gate. Dos dois lados ao longo da avenida há jardins com fileiras de árvores e canais, onde os indianos gostam de passear com a família, sentar na sombra das árvores, bater-papo com amigos e praticar esportes. É nessa avenida que todo ano é celebrado o dia da Independência da Índia, evento que eles decoram a avenida com muitas flores e atrai multidões do país todo.

Foi muito gostoso passear de tuk-tuk nessa avenida em uma tarde ensolarada de uma segunda-feira. O que seria de mim sem a ajuda do meu querido e prestativo motorista de tuk-tuk da vez? Ele aceitou me levar em diversos pontos da cidade antes de me levar até o hotel no final do dia. Ainda bem que eu tenho uma foto para guardar de lembrança da bondade desse senhor.

Portão Da Índia (India Gate)

Se em uma ponta da avenida Kartavya Path fica o Palácio do Presidente, no extremo oposto da outra ponta fica o Portão da Índia. Esse memorial de guerra foi um projeto do arquiteto britânico Sir Edwin Lutyens, responsável pela maior parte do projeto arquitetônico de Nova Deli. Lutyens decidiu não incorporar elementos indianos nesse projeto, optando pela simplicidade clássica. O resultado é que muitas pessoas assemelham o Portão da Índia com o Arco do Triunfo em Paris.

O Portão da Índia é uma homenagem aos mais de 84 mil soldados do Exército Indiano Britânico mortos no período de 1914 à 1919 na Primeira Guerra Mundial e na Terceira Guerra Anglo-Afegã. Ele foi construído entre os anos de 1921 à 1931, possui 42 metros de altura, onde mais de 13 mil nomes de soldados e oficiais estão inscritos na estrutura do monumento.

Eu reparei que esse é um local muito visitados pelos indianos, quando fui no final da tarde estava absolutamente lotado. Em volta do portão tem uma área verde com lagos e pedalinhos onde eu vi crianças brincando na água para espantar o calor. Aqui é sempre muito cheio de gente tanto de dia quanto de noite, quando o monumento fica ainda mais grandioso iluminado com as cores da bandeira da Índia.

6. Roteiro Em Deli » Dia 3

Meu terceiro dia em Deli foi um dos mais interessantes, pois foi o dia que eu conheci todos os 3 patrimônios da UNESCO da cidade. Comecei o dia visitando o fascinante Complexo do Minarete Qutub, no distrito de South Delhi. Em seguida fui conhecer o majestoso Túmulo de Humayn, no distrito de South East Delhi. Parei para almoçar no famoso Khan Market. Por fim, passei a tarde toda visitando o deslumbrante Complexo do Forte Vermelho no distrito de Old Delhi.

Minarete Qutub

O complexo do Minarete Qutub é considerado um patrimônio mundial pela UNESCO e também entra no topo da minha lista como um dos lugares imperdíveis em Nova Deli. Fica bem distante do centro turístico de Deli, mas é só pegar um Uber que rapidinho você chega lá.

Minarete é uma torre alta e estreita, antigamente esse tipo de estrutura era construída próximo à mesquitas para chamar os fiéis para oração.

O minarete de Nova Deli é o maior minarete do mundo feito de tijolo, essa arquitetura realmente impressiona por sua grandeza quando vista de perto.

O complexo conta com um conjunto de monumentos construídos pelo Sultanato de Deli e outras estruturas que foram adicionadas posteriormente por outros impérios da Índia. Tenha certeza que assim como eu, você também vai adorar conhecer um pouco mais da história desse local e explorar suas ruínas.

Tumba De Humayun

Disparado um dos lugares mais perfeitos de Nova Deli. Por um momento até achei que estava no Taj Mahal. Tá, eu sei que não é pra tanto. Mas de verdade, eu pirei quando vi a magnitude desse lugar.

Bom, em primeiro lugar quem foi Humayun? Foi o segundo imperador mogol, um império de origem turco-mongol que dominou partes do que hoje é Índia, Paquistão, Afeganistão e Bangladesh. O túmulo foi construído em 1569 à mando de sua viúva favorita Bega Begum.

Mercado Khan Market

Esse mercado fica uma curta distância de tuk-tuk do Túmulo de Humayn. É um pequeno centro comercial, com lojas de roupas, artesanato, produtos de beleza e outras coisas. Eu achei os preços aqui bem salgados. Porém, vim aqui mais de uma vez, pois tem um restaurante delicioso que eu falo um pouco mais logo ali abaixo e também tem umas cafeterias bem bacanas.

Red Fort – Forte Vermelho

Depois de almoçar no Khan Market, peguei um tuk-tuk até o Forte Vermelho. O motorista me deixou em uma entrada lateral do Forte, próximo ao estacionamento. Me disse que era uma caminhadinha de 5 minutos até a bilheteria, lógico que os 5 minutos foram na verdade uns 15.

Por mais de 200 anos o Forte serviu de residência para imperadores da dinastia Mogol, era também o centro político e palco de eventos que influenciaram toda a região. Achei a entrada do Forte bem muvucada, a entrada nesse caso digo o pátio central, antes de passar pelas catracas e detectores de metais.

O único problema foi que eu já estava cansada de andar o dia inteiro, então não visitei todos os cantinhos do Forte. Mas de qualquer jeito, ele é impressionante e vale e visita.

7. Restaurantes Em Deli

Eu sou daquelas pessoas que quando viaja para um país novo adora experimentar a comida típica do local. Pra mim, experimentar a culinária é uma das formas de se explorar o país.

Eu não sou fresca pra comida e como quase de tudo. Porém, eu viajo com meu noivo. E ele não come de tudo. Então fica difícil pra eu ir em restaurantes que só sirvam comida local porque eu sei que não vai ter nada que ele come. Sempre que viajamos, tenho que ter pesquisado restaurantes que servem comida ocidental. E quando dou muita sorte, restaurantes que sirvam comida local e ocidental. Mais alguém aí também passa por isso?

Nesse caso, se você é igual à ele e está indo para Índia morrendo de medo de passar fome ou de ter que virar vegetariano contra sua vontade. Não se preocupe! Aqui você vai encontrar dicas de restaurantes deliciosos.

Nando’s

No meu primeiro dia em Deli estava varada de fome e virada da viagem de avião de Londres. O calor estava derretendo e o cansaço matando. Então pra facilitar minha vida escolhi comer em um lugar que já conhecia. O Nando’s é um restaurante internacional que fica em Connaught Place. Eles servem frango grelhado e você escolhe os acompanhamentos. Tem opções vegetarianas também. A comida é muito gostosa e o preço é bem mais em conta em Deli se for comparado à Londres.

Restaurante Nandos India, Nando’s New Delhi
Foto retirada do site oficial do restaurante Nando’s Índia.

No dia seguinte estava animada pra experimentar comida local. Mas a primeira tentativa de comer em um restaurante no coração da Old Delhi foi absolutamente um desastre. Eu tinha visto em mais de um blog de viagens, algumas brasileiras indicando o restaurante Karim logo atrás da Mesquita Jama Masjid.

Em primeiro lugar, foi um pouco difícil achar o “beco” que o restaurante se encontrava. Em segundo lugar, quando finalmente achei o beco, tinha uns 3 restaurantes no local com o mesmo nome e todos muito parecidos. Nesse que eu entrei tinha alguns turistas comendo sentados nas mesinhas simples.

Só que eu nem cheguei a sentar, pois fiquei na dúvida se estava mesmo no restaurante recomendado quando de repente vejo uma ratazana enorme dentro de um balde de sobras de comida. Os funcionários do restaurante viram a ratazana e viram também que eu tinha visto ela mas não fizeram nada.

Na mesma hora eu decidi sair dali correndo e não tentar os outros 2 restaurantes do beco com mesmo nome pois eles me pareciam ser do mesmo nível. Literalmente fugi dali e fui para a região de Connaught Place.

Barbeque Nation

Fui parar em um restaurante, na verdade uma churrascaria indiana. Cheguei até o restaurante Barbeque Nation por recomendação no blog Ideias na Mala e também no blog Arrumei as Malas e Parti. Você já pode me adicionar também na lista de pessoas que recomendam esse restaurante.

Quando cheguei na porta do restaurante fui avisada que já estava lotado e não tinha mais mesas disponíveis. Mas fiquei ali na porta enrolando e perguntando quanto tempo de espera e dizendo que ia esperar. Rapidinho eles acharam uma mesa e me colocaram pra dentro.

A comida é muito saborosa. O garçom veio na mesa pra explicar como que o rodízio funcionava, mas não consegui entender o que ele dizia e fui falando “yes” pra tudo. Se bem que ele não estava com muita paciência pra explicar.

Daí começaram a colocar espetinhos na churrasqueira que tem dentro da mesa. Sim, você entendeu certo! Tem uma grelha na mesa e você vai escolhendo o ponto do seu frango, peixe, camarão ou vegetal. Não tem carne de vaca.

Você também pode se servir à vontade em um buffet com diversas opções de comida típica vegetariana ou de frango. Tem uma outra mesa com salada e vegetais. A mesa das sobremesas também é self-service, você come quantas sobremesas quiser! Amei!

O chefe de cozinha veio até nossa mesa conferir se tínhamos gostado da comida e nos convidou a conhecer a cozinha. Lógico que eu aceitei! Mas fica a dica: antes de ir até lá e dar de cara na porta, aconselho que você faça uma reserva. Pois quando cheguei lá, o recepcionista estava dizendo pra todo mundo que o restaurante estava totalmente reservado. Acho que só consegui uma mesa por ser turista, ter ficado ali esperando e insistido um pouquinho.

Big Chill

O meu restaurante favorito de Deli é o Big Chill que fica localizado no Khan Market. Eu almocei e jantei aqui varias vezes. Mas já vou avisando: não é um restaurante de comida indiana. Eles servem pratos ocidentais, como pizzas, massas, lasanha e outros nesse estilo.

Os clientes são todos indianos, pois ao redor desse centro comercial ficam muitas empresas e os indianos com uma condição melhor de vida que trabalham ali do lado vem até o Khan Market pra comer.

De noite também é lotado, com uma galera indiana jovem, moderna e de boas condições. A variedade no cardápio de comida e sobremesas é quase infinita! O atendimento é bem eficiente. As porções são muito bem servidas. A comida vem fervendo (amo!). O único ponto negativo é não ter wi-fi.

Se eu gostaria de ir ido à mais restaurantes indianos? Sim, gostaria mas não consegui encontrar mais dicas que entrariam nos quesitos: bom, barato e com opções atraentes tanto ao meu paladar quanto à do meu noivo.

8. Hospedagem Em Deli

Bloomrooms

O hotel Bloomrooms @ New Delhi Railway Station fica na mesma rua da saída da estação central de trem de Nova Deli, ou seja, ótima opção pra quem está vindo de trem do aeroporto ou de outra cidade. Se você falar o nome da rua todos os motoristas de Deli vão saber te levar lá.

O quarto é simples e aconchegante, o ar-condicionado funciona que é uma beleza. A cama é muito confortável e limpinha, o banheiro é grande e o chuveiro é uma delícia. O wi-fi funcionou muito bem no meu quarto.

O café da manhã apesar de simples quebra um galho. Essa é uma rede de hotéis com estabelecimentos em varias partes de Deli e da Índia. No geral, fiquei feliz com hotel mas não tanto com a área.

Eu pesquisei bastante e reservei o hotel de Nova Deli antes de chegar na Índia. Tirando por base a maioria dos blogs que li decidi escolher ficar no bairro Paharganj. Por vários motivos: 1- essa área é conhecida por ser a área dos mochileiros; 2- por ter as acomodações mais baratas da capital; 3- possui uma característica que eu procurava que é Índia com cara de Índia.

Queria estar hospedada em uma área mais original, com mochileiros tipo eu pelas ruas e poder encontrar restaurantes baratos com opções de comidas indianas e ocidentais. Mas não foi bem assim.

Praticamente não vi mochileiros andando pelas ruas de Paharganj, restaurantes baratinhos com turistas dentro foi missão impossível.

A única coisa que me agradou foi ter visto de perto a realidade de um dos bairros mais pobres e antigos de Deli. Se não fosse pela escolha desse hotel, talvez não teria visto essa realidade dos indianos.

Dito isso, se eu voltasse hoje para a Nova Deli escolheria ficar hospedada em Connaught Place, um bairro mais “riquinho” por dois motivos: primeiro porque tem muitas opções de restaurantes e segundo porque essa área fica mais bem localizada para se deslocar na capital. A única desvantagem é ser uma área um pouco mais cara.

JW Marriott Hotel New Delhi Aerocity

O JW Marriott Hotel New Delhi Aerocity é um hotel 5 estrelas que fica do lado do aeroporto internacional Indira Gandhi. Nossa, mas como assim você é mochileira e fica em hotel 5 estrelas? Bom, no caso eu já trabalhei pra essa empresa e ainda tenho amigos que trabalham nela. Então pedi pra eles conseguissem um desconto pra mim.

E foi com esse desconto que consegui me hospedar aqui, pois o valor real dele está um pouco muito fora do meu orçamento. Eu me dei de presente a diária nesse hotel no último dia da viagem porque depois de um mochilão de 3 semanas na Índia dormindo em trem e tudo mais, eu merecia.

Foi uma experiência incrível poder voltar pra Deli e relaxar num hotel desse nível. O hotel é impecável nem preciso recomendar. Vou deixar as fotos abaixo falarem por mim! Ele fica em uma área chamada Aerocity, é como se fosse um condomínio fechado e seguro cheio de hotéis.

Pra quem não quer gastar dinheiro no restaurante do hotel, que foi o meu caso, tem uma praça de alimentação em um prédio comercial chamado Worldmark com inúmeras opções de restaurantes. Fica só 5 minutinhos à pé do hotel. O local estava lotado, mas não tinha nenhum turista. Tem varias lanchonetes de comidas indianas mas tem também outras que vende hambúrguer e pizza.

Foi excelente ter me hospedado nesse hotel pois o voo de volta para Londres era as 8 da manhã do dia seguinte. Então deu pra relaxar o dia inteiro na piscina, ter uma ótima noite de sono e no dia seguinte não precisei fazer correria nenhuma pra chegar no aeroporto. Só peguei um Uber do hotel e em 5 minutos cheguei lá.

Eu me preparei tão bem psicologicamente para enfrentar a Índia, esperei o pior do pior e no fundo me surpreendi pois ao chegar à Índia não fiquei abalada ou incomodada com o que vi. O que eu encontrei foi uma cidade vibrante, interessante e um povo muito receptivo.

A minha sensação é que na Índia as pessoas não tentam enganar e tirar vantagem dos turistas o tempo todo como na maioria dos países que visitei.

Se eu pudesse dar uma dica é a seguinte: vá para a Índia com o coração aberto. Não julgue e não compare, simplesmente aceite-a da forma que ela é. Afinal…

Não é você quem escolhe quando ir para a Índia. É ela quem te escolhe.

Veja todos os posts da Índia no Mais Um Destino.

Vai passar mais do que um dia em Deli? Reserve seu hotel no booking.com usando o link do blog. Além de oferecer segurança e acomodações incríveis, você ainda me ajuda a manter o Mais Um Destino no ar sem pagar nada por isso! Muito obrigada. 🙂

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9 comentários em “198 BOOKS”

  1. Nádia adorei essa riqueza de detalhes sobre Nova Deli, as fotos são lindas e nos faz entender porque você ficou tão encantada com a Índia!! Você merece viver e ver todas essas belezas!!

    1. Quanto amor ♥ … Se hoje eu amo viajar pelo mundo e sei apreciar tudo com bons olhos foi porque vocês me ensinaram a ser assim. Eu agradeço vocês por tudo que sou hoje.

      1. Obrigada!! Mas é você que é lutadora e vai em busca de seus objetivos!! Muitos beijos pra você princesa.

  2. Olá Nadia! Sou portuguesa moro em Lisboa e tenho um sonho antigo de ir conhecer a India. Vou realiza-lo agora em Agosto, por isso estou lendo tudo o que diz respeito a esse país. Depois de ter lido com toda a atenção o “ideias na Mala” que adorei, vim para ao seu que também gostei muito principalmente pelo detalhe e simplicidade das informações. A pergunta que eu gostava de fazer é sobre a internet móvel. Com se faz para obter? Qual o preço? Se não comprou internet com fazia para chamar o Uber ou ver o GPS?
    Muito obrigada

    1. Olá Maria, fico feliz em poder ajudar. Eu não comprei internet e me arrependo de não ter feito. Eu pedia Uber quando estava no hostel, pois eles tinham internet. Ou quando estava em um restaurante que também tivesse internet de graça. Dá pra se virar sem internet, pois existem muito tuk-tuks em todos os lugares. Mas com o aplicativo a viagem fica mais barata e com menos stress. Pois você não vai precisar negociar o preço da corrida. Espero poder ter te ajudado.

      Pra ver o GPS (ou mapa) eu uso um aplicativo chamado Maps.me
      Antes de viajar você precisa fazer o download da cidade, marcar os pontos que tem interesse de visitar. Esse aplicativo funciona perfeitamente sem estar conectado à internet.

      Boa viagem, a Índia é incrível e vai ganhar seu coração. ♡

  3. “Não é você quem escolhe quando ir para a Índia. É ela quem te escolhe.”
    Frase que identifica quem decide ir à india, muiiito bem!!!
    Voltei da India há duas semanas, não dormi no meio do que é a India, como você fez, mas apercebi-me do facto e da existência desses bairros que falou.O meu condutor não tinha complexos de entrar nos bairros pobres de Dehli.
    Dou-lhe os meus parabéns pelo seu relato, tão fiel ao que senti.
    Gostei muito de Dehli, mas Varanasi tocou-me mais. Acho que o mundo Hindu está mais presente aí, em redor do Ganges e nas ruas adjacentes.
    Obrigado pela sua exposição. Adorei

    1. Esse país é maravilhoso e mexe com a gente como nenhum outro. Eu concordo com voce Simão: Varanasi é única, nunca vi lugar igual. Eu me emocionei todos os dias que estive lá, mas não de tristeza, era por estar ali vivenciando tudo aquilo. Um sentimento de gratidão. Muito obrigada pelo seu comentário, com certeza me motiva a continuar escrevendo e ajudando outras pessoas em suas descobertas pelo mundo.

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