Ásia, Malásia

Cameron Highlands, as incríveis plantações de chá nas montanhas da Malásia

Quem é leitor aqui do Mais Um Destino já sabe que eu sou aquele tipo de pessoa que pesquisa tudo antes de viajar para um país. Eu gosto de saber quais são as principais cidades, atrações turísticas, assim como outros locais imperdíveis mas que são menos conhecidos, pra depois poder escolher quais vou visitar conforme vou viajando pelo país. Foi assim que descobri sobre as plantações de chá no norte da Malásia, um local conhecido como Cameron Highlands.

Cameron Highlands Valley
Cameron Highlands, Malásia.

O explorador britânico, Sir William Cameron foi creditado por ter “descoberto” as terras altas durante uma expedição de mapeamento da área da fronteira entre os estados de Pahang e Perak em 1885. A área se desenvolveu a partir da década de 1920, quando foi confirmado que muitas variedades de frutas e vegetais, incluindo o chá, poderia ser cultivado nessa região.

O chá foi o principal motivo do desenvolvimento desta área pelos britânicos. Além disso, muitos colonos britânicos vinham para esta área como um “refúgio” do clima quente e úmido do resto da Malásia.

Fiquei encantada com as fotos que vi na internet das enormes plantações de chá. Aqueles tapetões verde de se perder de vista pelas montanhas. Foi exatamente por isso que decidi conhecer esse lugar, pois eu nunca tinha visto plantações de chá antes. Mas outro motivo foi o fato de conhecer uma região bem diferente do que eu já conhecia até então da Malásia. E por fim, o fato de que pelo que eu pesquisei, poucos brasileiros tinham vindo até aqui.

Essa região foi a minha segunda parada do mochilão pela Malásia. Pra saber como eu fiz pra chegar até aqui, o que tem pra fazer e outras dicas, é só continuar lendo esse post até o fim!

Você vai encontrar nesse post:
Sobre Cameron Highlands
Tretando no busão
Como cheguei em Cameron Highlands
Pontos de interesse
Hospedagem em Brinchang
Restaurantes em Brinchang
Próxima parada do mochilão

Sobre Cameron Highlands

Cameron Highlands é uma área famosa por suas plantações de chá numa região montanhosa localizada no estado de Pahang, noroeste da Malásia. Cameron Highlands fica à uma distância de aproximadamente de 200km da capital Kuala Lumpur. Ela cobre uma área de 712km², ou seja, mais ou menos o tamanho de Singapura.

A elevação dessa região varia entre os 1135m à 1829m acima do nível do mar. Com 2031m acima do mar, a montanha Gunung Brinchang é considerada a segunda maior montanha da região, ficando somente atrás da montanha Gunung Irau (2110m). Ambas fazem parte da cordilheira Titiwangsa Range. Por ser uma das únicas montanhas da Malásia onde o cume é de fácil acesso para carros, essa região fica cheia de visitantes o ano todo.

Uma coisa que é importante explicar é que Cameron Highlands não é uma cidade e sim uma área composta por 7 cidades que ficam em uma série de assentamentos que se estende por aproximadamente 25km. A principal cidade é Tanah Rata, em seguida vem Brinchang e depois as cidades menores e menos importantes são: Kampung Raja, Taman Tringkap, Kea Farm, Ringlet e Bertam Valey.

Brinchang city, Cameron Highlands
Cidade de Brinchang em Cameron Highlands, na Malásia.

Cameron Highlands é um local super gostoso pra passar uns dias descansando e conhecendo os arredores. Além das plantações de chá, tem também fazendas de morango, fazendas de borboletas, fazendas de orquídeas, passeios para ir ver a famosa raflésia – maior flor do mundo – e por aí vai.

Com um clima bem mais ameno e uma atmosfera mais tranquila do que nas grandes cidades, muitos turistas locais visitam essa região. Principalmente nos finais de semana. Já os turistas estrangeiros, são poucos os que viajam para cá. Mas se você estiver com tempo, eu já adianto que vale muito a pena dar um pulinho aqui.

Tretando No Busão

Antes de contar como foi que cheguei em Cameron Highlands, preciso contar o que aconteceu um pouco antes da viagem. Então vamos por parte. Em primeiro lugar, qual cidade eu estava antes de chegar aqui? Eu tinha passado uma semana explorando a ilha de Penang (em breve vai ter post aqui no blog). Lá mesmo em Penang, um dia antes da viagem, fui até a rodoviária para comprar os bilhetes de ônibus para Cameron Highlands.

Quando estava comprando os bilhetes meu e do Júnior, perguntei para o atendente se poderíamos escolher nossos assentos. Ele disse que sim e que o ônibus estava vazio, então podíamos escolher qualquer assento. Pedimos os dois bem da frente, pra poder ver melhor a paisagem pela janelona da frente do ônibus. Ele anotou nos nossos bilhetes “Seat 1 and Seat 2”. No dia seguinte, voltamos pra rodoviária para pegar nosso ônibus, que já estava lá parado e com as portas abertas.

Ao entrar, tinha apenas um casal de estrangeiros dentro do ônibus e mais ninguém. Adivinha onde eles estavam sentados? Nos assentos 1 e 2. Já super bem acomodados, sem os sapatos, com as pernas esticadas em cima do corrimão da frente do ônibus. Eu educadamente os chamei e disse: “Me desculpe, mas esses assentos são nossos.” Ao que a garota me respondeu: “Os assentos não estão reservados.” Eu respondi pra ela que estavam sim e mostrei os nossos bilhetes.

Ela continuou falando que não estavam reservados e que era pra gente sentar em outro lugar pois eles já estavam ali. Eu disse que quando comprei os bilhetes me deram a opção de reservar e que eu tinha reservado aqueles assentos. Acho que ela devia ter comprado os bilhetes em outra agência, que não deu essa opção pra eles.

Enfim, ela continuou insistindo que não ia se levantar e que quando ela comprou os ingressos dela ninguém avisou que podia reservar assento. Ela começou a subir o tom. Eu também não sou de levar desaforo pra casa. Começamos um bate boca e os nossos companheiros calados, só olhando! E aí, quem vocês acham que ficou com assento?


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Eu não ia desistir daqueles assentos – que eram os melhores do ônibus – assim tão facilmente. E que por direito, estavam reservados para mim. Se tem uma coisa que eu amo é pegar estrada. Pra mim, nada melhor que viajar de ônibus logo nos assentos da frente, pra poder admirar a paisagem do caminho todo. No caso eles estavam em desvantagem, porque no bilhete deles não tinha nada escrito. A garota estava irredutível, mas eu também.

Então fui chamar o motorista. Mostrei pra eles os nossos bilhetes e pedi pra que eles conversasse com o casal. Sorte que peguei um motorista muito de boa. Ele foi lá e educadamente pediu pra que eles se retirassem e escolhesse outro assento. Gente, eu juro, só tínhamos nós 4 no ônibus. Todos os outros 50 assentos do ônibus estavam disponíveis e a gente batendo boca pelo mesmo.

Parece aquelas birras de criança do primário. Mas enfim, o que é certo é certo. Ela muito puta, pegou os seus sapatos, mochilas, sacolas de comida e foi se sentar lá no fundo do ônibus. Ela me olhou com tanto ódio que eu realmente achei que ela fosse me dar um soco. Por dentro eu estava soltando rojão de tanta alegria, acho que no final fiquei mais feliz por ter vencido a batalha dos assentos do que poder viajar na janelona que eu tanto queria. Competitiva que fala?

Como Cheguei Em Cameron Highlands

Depois de muito bate boca, resolvido o problema dos assentos no ônibus foi hora de começar a viagem. De Penang peguei um ônibus pela manhã direto para Tanah Rata, a principal cidade na região de Cameron Highlands. A viagem de 250km durou por volta de 4 horas.

O melhor de poder viajar de ônibus é poder aproveitar a paisagem do caminho. O ônibus passou por uma região de mata e ao longo do caminho vi algumas poucas vilazinhas.

Paramos por uns minutinhos no terminal da cidade de Ipoh pra usar o banheiro e pegar alguma pra comer. Nesse terminal, o motorista pegou mais alguns passageiros que também estavam indo para Tanah Rata, todos que entraram eram locais.

Cheguei no terminal rodoviário de Tanah Rata um pouco depois do horário de almoço. O terminal é bem pequeno e fica bem no centro da cidade. Em volta dele vi alguns lojas comerciais, restaurantes e alguns poucos hotéis.

Porém ainda não tinha reservado uma acomodação, então fui procurar um lugar pra passar a noite. E adivinha? Teve mais perrengue! Logo mais abaixo eu conto o que aconteceu e onde fiquei hospedada na cidade de Brinchang, um pouco mais adiante de Tanah Rata. Pra conferir é só continuar lendo esse post.

Pontos De Interesse Em Cameron Highlands

Meu primeiro dia em Cameron Highlands não fiz muita coisa. Como eu havia chegado de ônibus logo depois do almoço, a primeira coisa que fiz foi procurar uma acomodação. Em seguida fui tentar achar um lugar pra comer alguma coisa, a cidade de Brinchang é bem pequenininha então tinham poucas opções. No final da tarde fui dar uma volta aos arredores do hotel pra ver o que tinha ali perto.

Passei em frente a uma agência de turismo, daquelas bem pequenas onde as propagandas enormes de passeios quase chegam a esconder a porta de entrada. Como meu interesse principal era conhecer as plantações de chá, já logo perguntei os valores desse passeio. Fui atendida por uma senhora super simpática e prestativa. Ela respondeu todas minhas perguntas e me explicou que nesse passeio, eu também ia ter a oportunidade de conhecer alguns outros pontos bem interessantes.

Reservei esse passeio de um dia para o dia seguinte, depois fomos almoçar em uma lanchonete logo em frente ao hotel e por fim, só deu pra tomar um banho e ir me deitar, pois tinha batido o cansaço do dia corrido. Fui dormir bem cedo, porque na manhã seguinte o motorista do passeio ia passar no hotel pra buscar a gente bem cedinho. Logo abaixo eu vou descrever em ordem como foi o nosso dia nessa tour:

Cameron Valley

Por volta das 8 da manhã o motorista/guia chegou no hotel pra pegar a gente. Ele era um senhorzinho muito simpático e sorridente. Ele era bem baixinho, seus olhos pequeninos pareciam estarem fechados por conta do óculos fundo de garrafa que usava. Pela idade que ele aparentava ter e pelo jeitinho, logo deduzi que ele devia ser o marido da senhora que trabalha na agência vendendo os passeios. Pena que eu não lembro o nome dele pra dizer pra vocês.

Ele veio dirigindo uma van pequena, dentro dela haviam apenas alguns turistas chineses. No total estávamos em 5 pessoas, a melhor coisa que tem é poder fazer esses passeios em grupos pequenos, assim dá pra passar mais tempo nos lugares a aproveitar mais.

O motorista dirigiu por cerca de 20 minutos pelas curvas estreitas da região montanhosa de Brinchang. A gente ia subindo cada vez mais, pra todo lado que eu olhava as paisagem era linda de se ver. Muitas plantações, tudo tão verdinho cobrindo o horizonte que se estendia por todo o vale.

Eu olhava pela janela aquele cenário lindo e sentia uma sensação de paz. Aquela natureza bela e calmaria toda era muito diferente da outra Malásia que eu já tinha conhecido de shopping centers e avenidas gigantescas de Kuala Lumpur.

Nossa primeira parada foi em um mirante na beira da estrada. Um lugar que não tinha nem onde estacionar a van. Então por isso o motorista teve que subir num monte de terra do acostamento pra não ficar bloqueando a estrada. Achei que a vanzinha dele não fosse dar conta, ou pior, parecia que se ele acelerasse um pouco mais forte a gente ia subir o monte de terra e depois capotar com a van morro abaixo. Fortes emoções.

Mais no fim deu tudo certo. Esse mirante não me parecia ser muito turístico, éramos os únicos ali. Por ser bem no meio de uma pequena estrada de terra e pelo fato de que não tinha ninguém em volta, a impressão que tive era que só mesmo um local pra saber o ponto perfeito pra uma das vistas mais maravilhosas das plantações de chá do vale de Cameron Highlands.

Nahdika na Malásia
Encantada com a beleza desse lugar!

Todo mundo que estava na van pode ficar à vontade pra tirar quantas fotos quisesse ou pra simplesmente sentar e admirar a beleza desse cenário pelo tempo que quisesse. O Júnior tirou fotos minhas e eu dele. Já estávamos bem satisfeitos com as fotos que havíamos tirado quando o motorista veio se oferecer parar tirar fotos nossas juntos. Encabulados, aceitamos o convite. Ele falava exatamente o ponto onde devíamos ficar pra fazer as melhores fotos. Ele dizia: “Vai aqui. Agora vai ali. Aqui o sol fica bonito” e por aí vai.

Ele tirou dezenas de fotos nossas e olha que a gente nem gosta tanto assim de tirar fotos juntos de casal. Mas ver a alegria e a empolgação dele era tão bonitinho, que a gente achou o máximo e acabou posando pra quantas fotos ele quisesse tirar. No fim eu gosto tanto dessas fotos porque além delas serem uma recordação da beleza desse lugar, me faz também lembrar o quanto nos divertimos com o nosso guia.

Tea Plantation, Cameron Highlands Malaysia
Plantações de chá na região de Cameron Highlands, Malásia.

Mount Brinchang

Continuamos nosso passeio pela estrada cheia de curvas montanha à cima e em poucos minutos as plantações de chá deram lugar a uma vegetação densa que se estendia pelos dois lados da estrada. O guia estacionou a van no acostamento e pediu pra gente descer pois aqui se encontrava um pedacinho da Mossy Forest.

Como o próprio nome já indica, a Mossy Forest é uma floresta muita úmida, esse ambiente facilita a proliferação de musgos e líquens. Na Malásia, esse tipo de vegetação só é encontrada nas partes mais altas da Cameron Highlands e outras cadeias de montanhas do país.

Mossy Forest, Mount Brinchang
Atravessando uma parte da Mossy Forest em uma estrada no Mount Brinchang.

Por causa da altitude, as nuvens mais baixas cobrem a floresta com uma névoa e por isso a umidade constante acaba criando um ambiente ideal para proliferação dessas espécies de plantas.

Existem passeios específicos para quem quiser fazer trilha por dentro da Mossy Forest. O que a gente viu ali da estrada apesar de ser muito lindo, não chega perto da beleza única do interior da floresta. Apesar de não ter feito esse passeio, eu acredito que deve valer muito a pena. Se um dia eu voltar pra Cameron Highlands com certeza vou fazer essa trilha.

Na verdade essa parada nem estava inclusa no nosso passeio, mas o nosso guia fez questão de nos mostrar essa vegetação, de falar um pouco dessa floresta e óbvio, de tirar nossas fotos.

Mossy Forest, Malaysia
Conhecendo um pedacinho da Mossy Forest em Cameron Highlands, na Malásia.

Subimos na van e o guia dirigiu por mais alguns minutos até um ponto da estrada onde tinha uma propriedade particular fechando o acesso a carros e pedestres. Essa foi a terceira parada do passeio, local onde pudemos ir conferir  a Lookout Tower. O motorista nos apontou o caminho para o topo da torre de observação e pediu pra que todos voltassem para a van no horário combinado.

A Lookout Tower é uma antiga torre de telecomunicações que hoje em dia serve como plataforma de observação. Com 2.032 metros de altura, esse é o ponto mais alto que pode ser alcançado por estrada na Malásia peninsular.

Do alto da torre é possível admirar a vista panorâmica da cordilheira Titiwangsa Range, dos vales e das pequenas vilas ao redor. Geralmente venta muito aqui em cima e muitas vezes também tem muita neblina, mas dei muita sorte no dia da minha visita.

BOH Tea Estate

Não preciso nem dizer que até aqui o passeio já tinha valido super a pena. Eu me apaixonei pela beleza e tranquilidade de Cameron Highlands. Ao sair do mirante no Mount Brinchang subimos na van para dar continuidade ao passeio. Dirigimos por aproximadamente 25 minutos até a nossa próxima parada, que seria o destaque do dia.

BOH Tea Estate, Malaysia
BOH Tea Estate em Cameron Highlands, na Malásia.

Chegamos então na enorme propriedade da empresa de chá BOH, que já existe há mais de 90 anos. É aqui nesse local que 70% de todo o chá da Malásia é produzido. Boh Tea Estate é um enorme complexo que inclui enormes plantações de chá, uma fábrica onde eles produzem chá e um cantina que se encontra em um terraço suspenso.

Então já era de se esperar, que por ser um local tão interessante e cheio de atrações, é um local que atrai também muitos turistas. Mas eu diria que a maioria são turistas locais.

O passeio então começou por uma das fábricas da propriedade. Tudo muito interativo, com setas e placas ao longo do percurso para que os turistas possam caminhar por dentro da fábrica de maneira organizada. As informações são todas em inglês pra guiar os visitantes de uma seção à outra da fábrica onde podemos acompanhar os vários processos de produção do chá. Como por exemplo a fermentação, a secagem, a ordenação e por aí vai.

Com esse passeio deu pra ter uma compreensão do legado da marca até as complexidades do cultivo do chá, processamento do chá e outros fatos sobre o chá.

Em seguida, a gente foi conhecer uma das principais atrações da propriedade, que é a cantina suspensa que e composta pelo J.A. Balcony e em 2019 eles expandiram a cantina com a criação do Tristan Terrace. Aqui eu pude experimentar os chás que eles produzem na propriedade e comer um salgado também porque eu já estava varada de fome.

Em seguida aproveitei pra tirar muitas fotos, pois essa cantina suspensa eu diria que é uma parada obrigatória pra quem visita Cameron Highlands. Pois ela é a combinação perfeita, de uma arquitetura maravilhosa em local de natureza exuberante, onde a gente pode tomar um chá desfrutando da vista espetacular da região.

Raju’s Hill Strawberry Farm

Depois de passarmos um tempo conhecendo a fazenda de chás da BOH, partimos para a nossa quarta e última parada do dia que ficava no nosso caminho de volta para a cidade de Brinchang. Além das plantações de chá, Cameron Highlands também possui um variedade de fazenda de outras plantações, como por exemplo, fazenda de orquídeas, de rosas, de lavandas, de borboletas e minhas favoritas, as fazendas de morango.

Dentre algumas fazendas de morangos que existem na região, nosso guia nos levou pra conhecer a Raju’s Hill Strawberry Farm. Uma propriedade particular bem pequena na beira da estrada. Aqui é possível colher nossos próprios morangos em uma das estufas que eles tem na propriedade e depois pagar pelo tanto que você colheu.

Aqui eles tem também uma pequena lanchonete onde eles vendem vários produtos caseiros feitos com os morangos da propriedade. Eu experimentei o bolo com calda de morango e o suco de morango. Estava tudo tão delicioso, super doce e cheio de sabor. Esses foram os morangos mais perfeitos, cheirosos e saborosos que já comi em toda minha vida.

Raju's Strawberry Hill Farm
Raju’s Strawberry Hill Farm – experimentando um bolo de morango com uma deliciosa calda de morango em pedaços e um suco de morango pra acompanhar.

O dia já estava começando a escurecer quando nosso guia nos levou de volta até o hotel onde estávamos hospedados. Ele agradeceu nossa visita e com toda sua simplicidade disse que esperava que a gente tivesse gostado do nosso passeio. Nós agradecemos ele pelo passeio e garantimos que tinha sido tudo tão maravilhoso e que estávamos muito feliz de ter feito esse passeio com ele, alguém que conhece e ama tanto essa região.

No dia seguinte, a gente acordou cedo pra tomar café e planejar o nosso dia. Chegamos a conclusão de que já estávamos satisfeitos com o que havíamos conhecido de Cameron Highlands no dia anterior, então decidimos continuar nossa viagem rumo a capital da Malásia, Kuala Lumpur.

Hospedagem Em Cameron Highlands

Como eu falei pra vocês ali em cima, passei um pequeno perrengue pra conseguir acomodação em Cameron Highlands. Mas vou contar o que aconteceu e assim quem sabe, posso ajudar vocês a não passarem por uma situação parecida.

Eu viajei de ônibus de Penang para Cameron Highlands sem ter reservado acomodação, isso porque eu ia chegar cedo na cidade, por volta do horário do almoço. Com isso, eu ia ter tempo de visitar algumas propriedades e negociar o preço da diária.

Ao chegar no terminal rodoviário da cidade de Tanah Rata, fui dar uma olhada no comércio que tem ao redor do terminal pra procurar um lugar pra comer e outro pra dormir. Ali em volta tinha uns restaurantes, umas lojinhas de bugigangas e uma ou outra acomodação. Passei em frente um pequeno hotel super bonitinho, a recepção era toda nova e bem iluminada. Tinham duas mulheres na recepção, a gente entrou pra perguntar o preço da diária e pediu pra ver os quartos.

Uma delas nos levou pro primeiro andar, aonde demos de cara com um corredor super escuro e com cheiro de carpete velho. Haviam por volta de 6 quartos nesse corredor, todos eles estavam vazios, com as portas escancaradas, em um deles tinha uma camareira trocando os lençóis. Entramos em um dos quartos, que era bem grande e cheio de mobília antiga, mas o bom era que janelas deixava bastante luz natural entrar. Gostamos da limpeza e no geral pelo preço e pela localização decidimos pagar uma noite. Deixamos as mochilas no quarto e descemos para efetuar o pagamento.

Nessa aconteceu algo bem engraçado que até hoje não me esqueço. Quando falamos pra recepcionista que íamos ficar com o quarto ela esboçou uma reação de surpresa. De uma forma que parecia que ninguém se hospedava ali há muito tempo. Ficamos meio intrigados com a atitude dela e no caminho de volta pro quarto a gente comentou o fato de como era estranho um hotel tão bem localizado e grande, estar com todos os quartos vazios.

Agora sim que o perrengue começou. Já comentei com vocês em alguns outros posts aqui no blog que eu sou alérgica à percevejo. Durante todo meu mochilão pela Ásia, toda vez que eu chegava em uma nova acomodação, eu tinha que fazer uma inspeção super completa de todos os cantinhos da cama, do colchão, dos móveis próximos da cama, das cortinas, enfim, de todos os lugares e cantinhos onde os percevejos, ou seus ovinhos, pudessem estar escondidos.

A cama do quarto era gigante, toda feita de uma madeira super detalhada. Gente, não precisei de nem 10 segundos para me deparar com essa cena de terror. Ao olhar uma das frestas da madeira vi que a cama estava infestada de percevejos. Foi nojento demais. Hoje só de lembrar me dá calafrio. Na mesma hora, pegamos nossas mochilas pra ir embora do hotel. Nem que se eles oferecessem outro quarto, não havia a menor chance da gente continuar ali naquela espelunca.

Voltamos pra recepção pra pedir nosso reembolso. Como era de se esperar, a recepcionista falou que ia poder retornar só metade pois já havia processado o pagamento no sistema. Foi um bate boca daqui um bate boca dali, mas tudo que eu queria era sumir dali o mais rápido possível. No fim, conseguimos nosso reembolso completo. Pegamos a nossa grana e fomos embora. Mas pelo menos aprendemos a lição, de não fechar negócio antes de inspecionar a cama. Esse erro a gente já não comete mais.

Ao sair do espelunca infestada de percevejo começamos a andar pela ruas da cidade em busca de alguma outra acomodação, mas estava difícil achar alguma coisa interessante ali naquele centro da cidade. Eu tinha visto que a próxima cidade do mapa, Brinchang, ficava uns 4 km de distância e que lá havia uma rua principal cheia de hotéis. Um deles haveria de ser bom. Pegamos um táxi e fomos direto pra lá.

Parkland Hotel

Já demos sorte logo no primeiro hotel que paramos para conhecer em Brinchang, o Parkland Hotel. Ele ficava em um prédio de esquina, que por fora parecia meio antigo porém por dentro, apesar de simples, parecia ter sido reformado recentemente. Perguntamos o preço da diária e pedimos pra ver o quarto antes de fechar negócio. Depois de uma minuciosa inspeção no colchão, com a funcionaria olhando pra gente com uma cara de confusa, decidimos pagar por uma noite.

Parkland Hotel, Brinchang, Malaysia
“Devido ao tempo frio aqui em Cameron Highlands, gentilmente permita pelo menos 15-20 minutos para que o aquecedor aqueça a água antes de cada banho. Obrigada pela consideração.”

Nessa ocasião, a única foto que tirei da nossa acomodação foi essa daí de cima. Esse era um aviso que tinha no espelho do banheiro para informar que devido às baixas temperaturas de Cameron Highlands, a água do chuveiro poderia levar cerca de 15-20 minutos para esquentar. Na verdade demorou um pouco mais do que isso, mas no fim das contas não posso reclamar. Porque eu digo por experiência própria, que eu prefiro esperar a água esquentar o tempo que for, do que ficar em um lugar que não tem água quente nem se eu esperasse uma eternidade.

O nosso quarto ficava no primeiro andar. Era bem simples, só com o básico como uma cama, uma mesinha, cadeira, uma pequena televisão e um banheiro privado. O que eu mais gostei foi que o quarto, apesar de simples, era tudo bem novinho e limpinho, principalmente a roupa de cama. A janela era grande e dava para a praça central de Brinchang.

No geral, eu posso dizer que gostei da acomodação. Desde a localização, ao atendimento e limpeza do quarto. Nós ficamos hospedados aqui por duas noites, caso tivéssemos decidido ficar mais tempo em Cameron Highlands, teríamos continuado nessa acomodação. A gente também gostou bastante do fato que Brinchang é um pouco menor e mais tranquilo do que Tanah Rata. Mas tivemos um pouco de dificuldade de encontrar algum lugar gostoso pra comer. Isso pesou bastante na nossa decisão de ficar somente 3 dias em Cameron Highlands.

Restaurantes Em Cameron Highlands

KFC Brinchang

Já era começo da tarde quando deixamos Tanah Rata rumo à Brinchang. Assim que conseguimos encontrar um hotel pra passar a noite, fomos procurar um lugar pra comer. Mas como estávamos muito cansados e com muita fome, não deu pra ficar procurando muito. Então resolvemos ir pra opção mais fácil.

Logo em frente ao nosso hotel tinha uma lanchonete da rede KFC. Confesso que fiquei surpresa quando vi pois Brinchang é uma vilazinha tão pequena no alto da montanha, que você nunca imagina que vai encontrar um restaurante fast-food desses por aqui. Porém, apesar de já ter comido KFC em muitos outras cidades e outros países, confesso que não gostei da comida desse aqui de Brinchang.

Pedi um hambúrguer de frango e de acompanhamento uma porção de frango frito. Só que além do sabor ser bem diferente do que eu estou acostumada, eu reparei que alguns pedaços do frango ainda estavam meio cru. Aquilo foi a conta de embrulhar meu estômago. Eu até relevo um tempero diferente, mas frango cru? Não dá. Depois dessa experiência ruim a gente não voltou mais no KFC de Brinchang.

J Tea Cafe

Essa é uma lanchonete bem pequena que ficava logo embaixo do nosso hotel. Ela ficava sempre vazia durante o dia, mas de noite tinha uma mesa ou outra de pessoas locais. Vimos que no menu eles serviam algumas opções de comida local e mas também alguns pratos ocidentais. Nós éramos os únicos turistas na lanchonete, mas mesmo assim conseguimos pedir nossa comida e fomos bem atendidos.

Pra ser sincera, a comida não estava deliciosa. Mas deu pra enganar a fome. Esses foram os únicos 2 restaurantes que a gente sentiu que dava pra comer em Brinchang. Todos os outros que passamos em frente não deu vontade nem de entrar – seja pela limpeza, pelo aspecto ou pelo cheiro. A situação estava mesmo brava por aqui.

Não ter encontrado um lugar legal pra comer em Cameron Highlands foi um dos motivos que nos fez ir embora no terceiro dia. Quando você encontra pelo menos um restaurante bom, que você sabe que pelo menos uma das suas refeições do dia vai ser bem servida e com comida que você gosta, até dá para ficar mais tempo em uma cidade. Mas quando você não encontra nenhum e não consegue comer bem, o jeito é seguir viagem.

Próxima Parada Do Mochilão

Cameron Highlands é mesmo uma região que o que tem de bonita tem também de tranquila. É um contraste imenso a paz e a calmaria de Cameron Highlands, com a gigante e moderna Kuala Lumpur. Por isso eu gostei tanto de conhecer essa região do país.

Por falar em Kuala Lumpur, depois de 3 dias e 2 noites em Cameron Highlands, foi hora de continuar a viagem. Pegamos um táxi de Brinchang de volta pra Tanah Rata, que é a principal cidade da região, e de lá compramos as passagens de ônibus para a capital da Malásia, Kuala Lumpur.

Eu estava muito animada por dois motivos: primeiro porque eu amo viajar de ônibus; e segundo, porque essa seria minha segunda vez visitando Kuala Lumpur, a primeira vez tendo sido em 2013 com minhas amigas. Eu estava super empolgada em poder apresentar Kuala Lumpur pro Júnior.

Já deu pra ver que esses dias em Cameron Highlands foram essenciais pra gente dar uma relaxada, e nos preparar para a agitação que estava por vir.

Brinchang Taxi, Cameron Highlands
Taxi em Brinchang.

Veja todos os posts da Malásia no Mais um Destino.

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2 comentários em “198 BOOKS”

  1. Oportunidade de ouro conhecer um lugar tão cheio de belezas como esse na Malásia, vale muito vencer os desafios e os contratempos pois é assim que se tem as melhores conquistas. Parabéns 👍👏❤️.

    1. Exatamente!! Conhecer esse lugar foi realmente um grande privilégio, o qual sou muito grata e que vou sempre me recordar com muito carinho. 💗 Sim, os contratempos fazem parte da jornada, afinal, “Tudo vale a pena quando a alma não é pequena!” ☺🤸‍♀️

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