Asia, India

Agra, cidade de uma das maravilhas do mundo: o Taj Mahal

Nenhuma viagem à Índia fica completa sem uma visita a cidade de Agra. Pessoas do mundo todo vem até aqui não pela cidade em si, mas sim porque aqui é o lar do monumento mais famoso em toda Índia, monumento esse que é também considerado uma das 7 maravilhas do mundo moderno, o majestoso Taj Mahal.

Essa viagem para a Índia foi um presente de aniversário que me dei pelos meus 30 anos de idade. Se eu tinha uma certeza antes de vir para a Índia era a de que não iria embora antes de conhecer o maior monumento do mundo feito por amor. Poder celebrar essa data especial em frente à esse monumento foi um momento que certamente vou me lembrar por resto da vida.

Nahdika no Taj Mahal na Índia
Taj Mahal

A Índia era um país que há muito tempo eu queria conhecer. Por ser tão grande e tão rica em diversidade, cultura, gastronomia, história e etc, é impossível conhecer tudo em uma viagem só. Esse é um daqueles países que temos que voltar diversas vezes durante a vida.

Dessa vez eu tinha 3 semanas para tirar de férias do trabalho, fato é que 3 semanas é pouco tempo para a Índia. Então resolvi conhecer somente o norte do país, dado que o sul estava sofrendo com as monções. Caso tenha curiosidade, aqui nesse post você encontra o roteiro de 3 semanas no norte da Índia que eu mesma montei, e que modéstia à parte, ficou bom demais!

Você deve estar se perguntando como eu consegui fazer essa foto sem ninguém ao meu lado em um dos monumentos mais visitados de todo o mundo? Eu planejei esse dia com semanas de antecedência: acordar cedinho para assistir o nascer do sol no Taj Mahal e aproveitar que de manhã é mais vazio. No final do dia, ir assistir o por do sol no Forte de Agra com vista para o Taj Mahal. Lindo, poético, romântico e perfeito! Porém…

Parte desse meu plano deu certo, que foi chegar nesses lugares na hora certa. Porém, o que não estava nos meus planos é que teríamos uma neblina envolta da cidade o dia inteiro. Se por uma lado não deu nem para ver um raio de sol por menor que fosse, por outro lado, o Taj estava bem vazio e por isso deu para fazer algumas fotos bem bacanas! Vamos comigo curtir essa aventura em Agra?

Nesse artigo você vai encontrar:
1. Sobre Agra
2. Como cheguei em Agra?
3. Pontos de interesse
4. Restaurante em Agra
5. Hospedagem em Agra
6. Informações adicionais

1. Sobre Agra

Agra é uma das cidades que compõem o famoso Triângulo Dourado (Golden Triangle) da India. Esse triângulo é formado por Deli, a capital da Índia; pela cidade de Agra, onde fica o Taj Mahal; e a cidade rosa de Jaipur, a capital do estado do Rajastão. Esse é um roteiro básico e o mais comum dos turistas que visitam a Índia, principalmente se estão vindo pela primeira vez ou se estão vindo com poucos dias.

A cidade de Agra fica localizada às margens do Rio Yamuna no oeste do estado de Uttar Pradesh, o estado mais populoso da Índia. Para você ter uma ideia, somente nesse estado são aproximadamente 200 milhões de habitantes, ou seja, um pouco menos do que a população total do Brasil, que é de cerca de 216 milhões de habitantes. Isso tudo vivendo em um estado que é aproximadamente do tamanho do estado de São Paulo. Então imagina, proporcionalmente falando, é como se a população inteira do Brasil vivesse dentro do estado de São Paulo!

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Roteiro de 3 dias em Jaipur, a Cidade Rosa da Índia
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A cidade foi fundada pelo sultão Sikandar da dinastia Lodi, no início do século 16, para ser a capital do sultanato de Deli. Agra também serviu como capital do império Mogol durante alguns períodos. No final do século 18, a cidade caiu sucessivamente nas mãos dos Jats, dos Marathas, do governante de Gwalior e finalmente, dos britânicos em 1803. Esses últimos ficaram até agosto de 1947, quando a independência da Índia foi anunciada.

Em Agra a gente encontra 3 Patrimônios Mundiais da UNESCO: o Taj Mahal, um mausoléu de mármore branco considerado uma das construções mais belas do mundo; o Forte de Agra, imponente fortificação militar durante o império mogol; e o complexo arquitetônico de Fatehpur Sikri, que fica cerca de 1 hora de viagem de Agra.

Em 2000, uma fundação Suíça conhecida como New 7 Wonders of the World lançou uma campanha para determinar as 7 Maravilhas do Mundo Moderno dentre uma lista de 200 monumentos que haviam sido previamente selecionados. Foram 7 anos de campanha e mais de 100 milhões de votos computados através de um sistema de mensagens de texto e votos pela internet. No dia 7/7/2007 os 7 finalistas foram anunciados, entre os vencedores, lá estava o Taj Mahal.

2. Como Cheguei Em Agra?

A Índia é muito grande e existe diversas maneira para se locomover pelo país. Algumas pessoas que viajam somente para fazer o Triângulo Dourado geralmente fecham um pacote com motorista que as leva para conhecer essas 3 cidades. Outras pessoas preferem fazer esse trajeto de trem, pois além de ser mais econômico (oi mochileiros), você ainda vive um pouco dessa experiência única de andar de trem pelo país. A Índia possui uma das maiores malhas ferroviárias do mundo, o que permite que você chegue à praticamente qualquer canto do país viajando de trem.

Então para economizar uma grana e viver essa experiência imperdível na Índia, fiz uma viagem de trem de Varanasi à Agra. Foi uma aventura e tanto, pois foram mais de 600 km à bordo de um trem noturno dividindo a cabine com locais. Essa viagem de trem estava prevista para durar 13 horas, mas no final foram mais de 20 horas de aventura até nosso ponto final que foi a estação de trem Agra Cantonment (Agra Cantt).

Bem-vindos à Índia! Em breve vou fazer um post completo explicando todos detalhes de como foi a experiência de andar de trem por esse país. No total fizemos duas longas viagens de trem mas já vou adiantar que foi muito massa!

Com relação ao número de dias em Agra, eu separei dois dias inteiros para conhecer os principais monumentos da cidade. Mas depois de uma viagem de 20 horas de trem, chegamos em Agra extremamente cansados e com muita fome. Depois de um banho e de um almoço reforçado não deu outra, eu caí na cama e dormi a tarde inteira. A consequência disso foi que só tivemos um dia inteiro para conhecer as principais atrações da cidade.

Na manhã seguinte depois de um merecido descanso, acordei as 5 manhã pois estava decidida a ser uma das primeiras pessoa a entrar pelos portões do Taj Mahal. Coloquei um lindo vestido vermelho, fiz uma bela maquiagem e segui ansiosa para o esse encontro. Afinal, ver o Taj Mahal era para mim o destaque de toda a viagem.

3. Pontos De Interesse

Taj Mahal

Meu dia começou bem cedo, madruguei acordando as 5:00hrs da manhã para dar tempo de me arrumar, pegar o riquixá e ir até o Taj Mahal, para ser uma das primeiras pessoas a entrar e poder ver o nascer do sol de lá de dentro. Fiquei surpresa porque não eram nem 5:30hrs da manhã quando desci para a recepção do hotel e já tinham outros hóspedes também prontos para serem os primeiros no Taj. Apesar do horário, haviam diversos riquixás parados logo na entrada do hotel. Então acho que no geral deve ser bem fácil pegar transporte nesse horário em qualquer parte da cidade.

Quando ainda estava planejando a viagem tentei ler o maior número de relatos de pessoas que já tinham visitado o Taj. Eu queria estar bem preparada para não deixar os contratempos estragarem a visita. Já estava ciente de todos, ou quase todos, tipos de golpes, trapaças e conversas furadas. Então cheguei lá com a cara bem fechada mesmo, não dei conversa para nenhum vendedor, ambulante e nenhum indiano que viesse todo simpático para o meu lado como quem não quer nada e está ali só pra fazer amigos.

Comprei o ingresso no mesmo dia na bilheteria logo na entrada do East Gate pois essa era a entrada mais próxima do hotel onde eu estava hospedada. Eles entregam uma garrafinha de água e aqueles paninhos protetores de sapato para colocar quando subíssemos no mausoléu. Geralmente é sempre bom levar pouca coisa pois tem muita coisa que eles não deixam entrar e aí você tem que deixar nos armários da entrada, por exemplo, eu não pude entrar com o tripé da GoPro.

Ainda não eram nem 6:00hrs da manhã, o dia estava começando a clarear quando os portões se abriram. O primeiro componente do complexo do Taj Mahal que nos deparamos foi o Darwaza-i-rauza que em português significa ‘Grande Portão’. Esse portão é bem simbólico porque ele separa a entrada para os jardins do complexo, o que seria a ‘entrada para o paraíso’.

O ‘Grande Portão’ era, portanto, uma passagem entre a vida terrestre, ilustrada pelo pátio interno, e a vida espiritual, representada pelos jardins. Daí a necessidade de purificar a alma daqueles que entram no paraíso, materializando a passagem por um portão imponente.

A história que antecede o Taj Mahal começa por volta do ano de 1607 quando Shah Jahan, o quinto imperador Mogol, ainda muito jovem se apaixona por Arjumand Banu Begum, conhecida como Mumtaz Mahal (que em persa significa “A Escolhida do Palácio”). A linda moça pertencia à uma nobre família persa que servia os imperadores da dinastia Mogol há muitos anos.

Depois de alguns anos eles se casaram e foram muito felizes durante o casamento. Mumtaz Mahal era muito inteligente, muitas vezes sendo considerada a fortaleza, a conselheira e o grande amor de Shah Jahan. Juntos tiveram 14 filhos, porém Mumtaz Mahal teve uma complicação no parto de seu último filho. Muito debilitada mandou chamar pelo marido que veio o mais depressa que pode para encontrar sua amada.

Mumtaz conhecia muito bem o marido que tinha e o tanto que ele sofreria com a sua morte. Então para manter o marido atarefado pediu que ele à prometesse 4 coisas caso ela morresse: 1. Que não se casaria de novo; 2. Que cuidasse dos filhos; 3. Que construísse algo para ela; 4. Que ele a visitasse todos os anos. Mumtaz morre em 1631, e no mesmo ano esse imenso mausoléu em mármore branco começou a ser construído por Shah Jahan por amor a sua esposa favorita.

Taj Mahal, Agra, India
Taj Mahal

O Taj Mahal foi tombado como Patrimônio Mundial da UNESCO no ano de 1983, e hoje é também considerado uma das 7 maravilhas do mundo moderno. O complexo é composto pelo portão de entrada, por jardins, fontes e outros monumentos.

Nada nessa vida te prepara para ver a beleza do Taj Mahal ao vivo. A gente olha e olha mais um pouco, mas parece estar vendo uma miragem. Tudo aqui foi simetricamente planejado, as colunas, os muros, os minaretes, os ângulos e tudo mais. Ao ficar de frente com esse lindo jardim e com vista para o majestoso Taj Mahal ao fundo, o dia já tinha clareado mas o sol ainda não tinha nascido. Pelo menos eu achava que ainda não.

A primeira visão que temos ao passar pelo Grande Portão é um jardim mogol conhecido como Char Bagh. Esse jardim frontal também está repleto de simbolismos. Porque muitas vezes nos textos islâmicos os jardins representam o paraíso, sempre repletos de árvores, flores, plantas e a água que desempenha um papel fundamental.

De acordo com textos islâmicos, no paraíso 4 rios fluem de um ponto central na montanha. Por isso quase sempre os jardins são divididos em 4 partes iguais por canais. Esses 4 canais rasos que separam o jardim por sua vez são a representação da água, leite, vinho e mel prometidos.

Enquanto esperávamos o sol nascer, ficamos admirando a beleza e a simetria de tudo a nossa volta. Aproveitamos também para tirar fotos, inclusive até com alguns locais que sempre param para pedir fotos com eles. Eu adoro essa interação que podemos ter com os locais nessas atrações turísticas da Índia.

Foi necessário o emprego de milhares de trabalhadores na construção desse monumento, como pedreiros, cortadores de pedras, escultores, pintores, calígrafos e outros artesãos que foram requisitados de todo o império, da Ásia Central e Irã. Uma curiosidade que me deixou pasma é que esses detalhes que decoram as paredes do Taj Mahal são pedras de mármore cravejadas na estrutura! Eu juro que pensava que eram pintados à mão.

Para decorar a estrutura principal do mausoléu os artistas desenharam os moldes dos detalhes no mármore branco. Em seguida os cortadores de pedra cortavam pedras de mármore de várias cores de acordo com esses desenhos. Posteriormente, as pedrinhas eram moldadas e polidas. Então por fim, foram perfeitamente encaixadas dentro do mármore branco, sendo assim, nunca perderam a cor e adicionam ainda mais perfeição à essa obra.

Inclusive as inscrições do alcorão em árabe também são feitas em mármore cravejados na estrutura do Taj Mahal. As inscrições no topo do monumento são maiores do que as de baixo, para que quando as pessoas olhem para cima, as letras fiquem todas do mesmo tamanho.

Ainda existem outros dois monumentos um de cada lado do Taj Mahal. A Jawab Masjid é uma mesquita que foi construída a oeste do Taj Mahal, em direção a Meca. O outro edifício, o Mihman Khana foi construído a leste do Taj Mahal para o equilíbrio arquitetônico mas também pode ter servido de casa de hóspedes.

Com tanta beleza a minha volta foi quando lembrei que estava aqui para ver o sol nascer mas que provavelmente o sol não ia mais nascer. Quer dizer, na verdade ele já tinha nascido mas nós não vimos nada por conta da neblina forte que pairou sobre a cidade o dia todo.

Se por um lado não vimos o nascer do sol no Taj Mahal, por outro lado vimos ele envolto da neblina densa desse dia que o deixou ainda mais misterioso e poético. Como diz o escritor Rudyard Kipling sobre o Taj Mahal que ele é “A personificação de tudo que é puro”.

Forte de Agra

Ainda era muito cedo quando terminei a visita ao Taj Mahal, então decidi voltar para o hotel para tomar café da manhã e dormir mais um pouquinho. Logo depois do almoço, peguei um tuk-tuk na porta do hotel e fui visitar outro monumento em Agra, muitas vezes ofuscado pelo Taj Mahal.

O Forte de Agra é uma fortaleza de arenito vermelho localizada às margens do Rio Yamuna. Dentro dessas muralhas de mais de 2.5 km de extensão, ficava a principal residência dos imperadores da dinastia Mogol até o ano de 1638, quando a capital foi deslocada de Agra para Deli. Assim como o Forte de Deli, o Forte de Agra é um dos maiores exemplos da grandeza do império Mogol, que se consolidou com os imperadores Akbar, Jahandir e Shah Jahan.

O Forte de Agra começou a ser construído por volta do ano de 1565 para servir de estrutura militar, simbolizando o poder, a força e a resiliência da dinastia Mogol. Posteriormente foi transformado em um palácio por Shah Jahan, que acabou destruindo algumas construções do Forte para fazer outras que fossem de seu agrado. No ano de 1983, o Forte de Agra foi tombado como Patrimônio Mundial da UNESCO, ele impressiona pela sua magnitude, a arquitetura de seus palácios e seu estado de conservação.

Já falei isso algumas vezes aqui no blog e vou repetir: é incrível a quantidade de turistas indianos em todas os monumentos da Índia. Ao chegar no Forte de Agra e durante toda a nossa visita pelo interior da fortaleza, fomos abordados diversas vezes pelos locais para tirar fotos com eles. Praticamente não vimos muitos turistas estrangeiros por aqui. Mas voltando ao forte, o portão de entrada se chama Portão Amar Singh, cercado por torres e impressionantes bastiões.

Ao entrar no complexo, o primeiro monumento que vemos é o Palácio Jahangir com sua impressionante fachada em estilo Mogol. Construído entre os anos de 1565-69,  aqui a gente passa por um conjunto de salas, salões, corredores, galerias e varandas do palácio, em torno de um pátio central quadrado. Em seguida a gente passou também pelo Palácio de Espelhos (Sheesh Mahal), que leva esse nome por conta dos mosaicos feitos de vidro nas paredes e no teto.

Outro lugar que também visitei no complexo foi a Torre Octogonal (Musamman Burj) onde Shah Jahan foi mantido preso por aproximadamente 8 anos após sofrer um golpe de um de seus próprios filhos. De sua prisão, Shah Jahan admirava todos os dias, o Taj Mahal, monumento que construiu para sua amada. A vista de hoje em dia dessa torre é a mesma que Shah Jahan tinha séculos atrás.

Além disso, o complexo conta também com outros monumentos importantes, como algumas mesquitas, jardins e salões enormes onde audiências eram feitas. Como por exemplo o Diwan-i-khas, um auditório usado pelo imperador para receber convidados importantes em particular, como reis, embaixadores e nobres, para tratar de assuntos importantes do estado. Eu fiquei impressionada com a grandiosidade do Diwan-i-am, um auditório de mármore onde o imperador se dirigia ao público em geral, bem como à nobreza. Foi ali que o Júnior tirou um dos retratos mais bonitos da viagem, uma senhora indiana em um lindo sári verde.

Muita gente gosta de vir aqui no final da tarde para ver o por do sol justamente por causa dessa vista privilegiada do rio Yamuna e o Taj Mahal ao fundo. O que não foi o meu caso, pois os dias que passei em Agra estavam tomados por uma neblina que eu não consegui identificar se era por causa do calor excessivo, da poluição ou uma mistura dos dois.

Com tantos monumentos interessantes e tanta história para contar, certamente o Forte de Agra merece uma visita. Inclusive eu indico pelo menos metade de um dia para visitar com calma, para aprender um pouco mais sobre sua história, interagir com os locais e admirar as belas paisagens.

Show Noor-e-Taj

Ao voltar do segundo passeio do dia para o hotel, fomos abordados por um dos funcionários, seu nome Subrata Battacharya, que estava divulgando o seu Show Noor-e-Taj sobre história do Taj Mahal de forma cantada que aconteceria no final da noite. Ele mesmo seria o cantor. Agradecemos o convite e dissemos que provavelmente iríamos sim. Mas depois levando em consideração que o dia tinha sido bastante cansativo e na manhã seguinte teríamos de acordar as 5 da manhã para pegar o trem para Jaipur, a gente meio que decidiu não ir.

Mais tarde descemos para jantar no restaurante do hotel, novamente fomos abordados pelo mesmo funcionário, que dessa vez falou que estava feliz em nos rever em boa hora, pois o show já estava prestes a começar. Dessa vez não teve escapatória, tivemos de ir prestigiar seu trabalho. Mal sabíamos que um dos momentos mais emocionantes de toda a viagem estava prestes a acontecer.

Entramos em uma pequena sala onde aconteceria o show, no centro havia uma maquete do Taj Mahal com algumas cadeiras ao redor. Éramos os únicos ali. Subrata entrou depois de alguns minutos e disse só tinha nós dois e que o show seria todo nosso.

Nascido e criado em Agra, ele começou nos dizendo que além de trabalhar no hotel, era também cantor. E que no show de hoje, ele ia nos contar e cantar a história do Taj Mahal. Primeiro contaria uma parte da história em inglês, em seguida cantaria as músicas tradicionais em indiano complementando assim o espetáculo. Ele pediu para que prestássemos atenção na melodia da música.

Como eu já contei sobre a história de amor entre Shah Jahan e Mumtaz Mahal ali em cima no post quando falo sobre a visita ao Taj Mahal, não vou contar tudo de novo. Mas por exemplo, ele começa o show falando sobre a vida de Shah Jahan e como ele se tornou imperador, nessa hora ele canta uma música alegre.

Depois ele conta a parte em que certa vez Shah Jahan se depara com Mumtaz e se apaixona perdidamente por ela, nessa hora a música que ele canta é romântica. Até chegar na parte da morte dela, nessa hora a música que ele canta tem uma tristeza, uma melancolia tão profunda que eu que já estava completamente emocionada, não aguentei e comecei a chorar.

Eu sabia um pouco da história do Taj Mahal antes de visitá-lo, mas alguns detalhes só fui descobrir depois de assistir esse show. Talvez você já tenha ouvido uma lenda que Shah Jahan teria mandado cortar as mãos de todos os trabalhadores do Taj para que eles nunca recriassem essa obra ou uma outra obra ainda mais bonita do que essa. Você acredita nessa lenda?

Ao final do show Subrata abriu espaço para perguntas. Depois de muito elogios ao seu show e sua linda voz, perguntamos se era verdade essa história dos artesãos que trabalharam na construção do Taj Mahal. Ele ficou perplexo com a pergunta, disse que nenhum turista havia perguntado isso antes e que os turistas não sabem dessa lenda. Subrata nos respondeu com outra pergunta: -“O que o seu coração diz? Você acha mesmo que Shah Jahan seria capaz de uma atrocidade dessas, sendo que o que ele mais tinha dentro de si era amor?” Esse show foi uma das coisas mais emocionantes que presenciei em toda viagem, nunca vou me esquecer da beleza e emoção desse momento.

Show Noor-e-Taj de Subrata Battacharya
Show Noor-e-Taj de Subrata Battacharya

4. Restaurante Em Agra

Palato

Quer mais comodidade do que ter um restaurante maravilhoso dentro do hotel onde você está hospedado? Foi bem por acaso que vim parar aqui no restaurante Palato que fica dentro do hotel Radisson Blu Agra (hoje em dia se chama Taj Hotel). Eu até tinha pesquisado opções de restaurantes econômicos na cidade, mas como cheguei morta de cansada da viagem de trem, escolhi a opção mais rápida e prática que tinha ao meu alcance.

Palato Restaurant, Agra
Restaurante Palato

O restaurante Palato oferece comidas típicas indiana e ocidental. Você também pode escolher entre o menu à la carte ou se servir do buffet. Dei uma olhada e o buffet me pareceu ter bastante comida indiana. Todos os pratos que experimentamos estavam absolutamente deliciosos. A comida aqui é bem fresquinha e saborosa.

Mas o que mais marcou aqui foi o atendimento impecável que recebemos. Os funcionários além de muito profissionais e eficientes, são extremamente simpáticos e estão sempre dispostos a fazer tudo pra que você saia de lá um cliente satisfeito. Como jantamos e almoçamos lá diversas vezes, na nossa última noite nos deram um coquetel com frutas típicas que estava uma delícia. Esses pequenos detalhes são os que a gente costuma a guardar na memória.

5. Hospedagem Em Agra

Radisson Blu Agra Taj East Gate

Dois motivos influenciaram a minha escolha de acomodação em Agra. Em primeiro lugar foi uma dica que li em um blog que é a de que quando se vai para Agra, geralmente vamos pra ficar poucos dias, não mais do que dois. Então nesse caso, vale a pena pegar um hotel com um pouco mais de conforto para poder descansar da viagem pelo país e aproveitar bastante as atrações da cidade.

O segundo ponto que influenciou na escolha desse hotel foram os bons preços dos hotéis em Agra. Pesquisei nos principais sites e encontrei uma promoção no site da Agoda para o hotel Radisson Blu Agra Taj East Gate* (*atualização outubro 2022: atualmente o hotel não faz mais parte da rede Radisson, agora se chama Taj Hotel & Convention Centre).

Paguei o valor de £30 libras por noite. Uma barganha, considerando que é um hotel 5 estrelas super bem localizado. Além de ser moderno, confortável e espaçoso, tem uma piscina infinita no terraço com um barzinho e uma vista incrível para o Taj Mahal. Na verdade, acho que dei sorte de achar nesse preço pois o hotel parecia estar passando por uma reforma.

O nosso quarto ficava no terceiro andar com vista para a cidade, mas se não me engano eles também oferecem quartos com vista para o Taj Mahal. Nosso quarto era super espaçoso, tinha duas camas de casal, frigobar, poltronas, mesa de escritório, televisão, roupa de cama macia e confortável. O banheiro tinha box e banheira, chão, parede e pia de mármore. Tudo nesse quarto estava impecável e foi o que precisávamos para recarregar a bateria para os próximos dias de viagem.

Se você escolher se hospedar nesse hotel, não deixe de assistir o lindo show sobre a história do Taj Mahal que eles oferecem todos os dias sem cobrar absolutamente nada. O show é conduzido por Subrata Bhattacharya, um indiano nascido e criado em Agra dono de uma linda voz.

Ele narra a incrível história de amor entre Shah Jahan e Mumtaz Mahal que levou à construção do maior monumento do mundo criado por amor. Juntamente com cada trecho da história, Subrata canta lindas músicas que certamente vão te emocionar. Ao final do show ele explica todos os detalhes sobre o Taj Mahal que muita gente não sabe, como também abre espaço para perguntas.

Aliás, queria fazer uma menção honrosa à todos os funcionários desse hotel que foram extremamente atenciosos e simpáticos conosco durante a nossa estadia. Todos eles sem nenhuma exceção tornaram a nossa experiência em Agra ainda mais encantadora.

6. Informações Adicionais

Quando estava pesquisando sobre Agra antes da viagem, dois pontos em relação à essa cidade eram frequentemente mencionados: em primeiro lugar, a sujeira da cidade; e em segundo lugar, o fato de não ser necessário mais de 1 dia para visitá-la. Eu vou ter que discordar desses dois pontos.

Não achei a cidade tão suja e fedida como a descrevem. Talvez por eu ter vindo diretamente de Varanasi, quem já foi pra lá sabe do que estou falando. Como certa vez disse a Liliana Carneiro em seu finado blog: “Depois de Varanasi nenhum lugar na Índia é sujo.”

Com relação a passar apenas um dia em Agra, eu acho pouco e que isso só vale se você tiver com os dias contados na Índia. Caso não, com certeza te aconselho ficar de 2 a 3 dias aqui para dar tempo de visitar vários pontos interessantes da cidade. Eu passei 2 dias aqui, mas um desses dias eu fiquei descansando no hotel por causa da viagem de trem. Gostaria de ter ficado mais dias.

Se tivesse ficado mais dias em Agra com certeza visitaria outras atrações turísticas como a Tumba de I’timād-ud-Daulah (conhecida como Baby Taj); a Tumba de Akbar; assim como também o Jardim Mehtab Bagh para citar algumas delas.

Me conta aí nos comentários se você já conheceu ou se também tem o sonho de um dia conhecer o Taj Mahal. Eu vou adorar saber e quem sabe te ajudar a planejar sua viagem. Agora chegou a vez de pegar mais um trem e o nosso próximo destino é Jaipur. Vamos comigo nessa aventura?

Viajando de trem pela Índia; de Agra a Jaipur na classe 2AC
Viajando de trem de Agra à Jaipur.

Veja todos os posts da India no Mais Um Destino.

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6 thoughts on “Agra, cidade de uma das maravilhas do mundo: o Taj Mahal”

  1. Tudo que você narra e mostra sobre os monumentos dessa cidade Agra na Índia é muito interessante e com certeza ficamos fascinados e acho que quem gosta de viajar fica querendo ver de perto todas essas belezas e com certeza fica mais fácil com as dicas de hotéis, alimentação, transportes enfim as atrações turísticas por onde vocês passaram!! Parabéns por esse seu maravilhoso presente de aniversário de 30 anos.

    1. A Índia é um país muito especial que vale muito a pena conhecer. Vou ficar muito feliz se conseguir ajudar outras pessoas com minhas dicas. 😉

  2. Que lindas as fotos e o texto. Que bom que voces aproveitaram tao bem, uma oportunidade que nem tantas pessoas tem, de conhecer tanto. Beijos.

    1. Obrigada pelo comentário lindo. Graças à Deus temos esse privilégio de conhecer tantos lugares maravilhosos pelo mundo. Tentamos sempre aproveitar ao máximo essas oportunidades!!

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